Um boletim de ocorrência coletivo foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte. FOTO: Antonio Rodrigues |
A
Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), por meio da Coordenadoria Regional de
Desenvolvimento da Educação (Crede) 19, afirmou que "adotou as
providências necessárias e abriu sindicância para apuração do caso".
Segundo a Seduc, a gestão da escola e os estudantes foram ouvidos.
Beijos
sem consentimento
O
tio de uma vítima procurou a polícia e afirma que o assediador pegou o pescoço
da sobrinha dele e tentou beijá-la à força.
"Não
foi só ela. [Há] várias outras e há vários anos. Não é a primeira vez, não é a
primeira vítima do que está acontecendo nesse colégio", relata o tio.
Situação
semelhante foi relatada por outra adolescente, de 17 anos. Ela conta que os
assédios começaram quando a escola promoveu um projeto para que os alunos
escrevessem cartas. O professor teria pedido que a jovem escrevesse uma carta
para ele.
"Ele
pediu pra eu fazer uma carta pra ele, só que eu falei que não ia fazer. Um
tempo depois, eu estava no colégio pela manhã ajudando no laboratório de
informática e ele pediu pra eu montar um data show [projetor] em uma sala, que
ele falou que tinha reunião lá. Quando cheguei na sala, ele já tinha montado,
eu perguntei então por que ele tinha me chamado. Ele falou que era porque
gostava da minha presença, e eu falei que ele não fizesse mais isso porque eu
não gostava da dele”, relata.
Foi
nessa ocasião que o professor também tentou beijá-la, segundo narra a vítima.
"Por
um instante, quando eu me virei, ele botou a mão no meu rosto, segurou meu
rosto e tentou me beijar."
A
estudante ainda denuncia que o homem chegou a trancá-la em uma sala de aula, em
outra ocasião, porque ela se negou a dar informações sobre a vida pessoal.
"Eu
falei que isso não era da conta dele e pedi pra ele sair da sala, ele ficou
calado e ficou insistindo. Eu pedi pra ele sair novamente. Ele fechou a porta e
disse: 'você só vai sair se você me contar'. Aí eu falei que não queria falar
nada com ele, pedi pra ele sair novamente. Ele abriu a porta e falou assim:
'não vou fazer nada que você não queira, mas pra você aprender vou sair e te
deixar trancada aqui dentro'. Ele trancou a porta, tive que empurrar pra poder
sair. Um tempo depois comuniquei a direção do colégio sobre o que tava
acontecendo”, descreve a vítima.
A
jovem deixou de frequentar as aulas do professor e se diz prejudicada.
"Eu
não consigo entrar na sala de aula e fingir como se nada tivesse acontecido. Eu
me recuso a assistir a aula dele. Tô saindo prejudicada com isso, eu reconheço,
mas não dá pra ficar dentro de uma sala com uma pessoa desse tipo."
(Fonte:
G1 CE)
Postar um comentário