Cartões bancários, celulares, procurações e computadores
foram apreendidos em casas de suspeitos de aplicar golpes
contra idosos no
Ceará. FOTO: Edson Freitas
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Um
homem foi preso e pelo menos 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos
pela polícia civil nos municípios de Brejo Santo, Mauriti e Milagres, na região
do Cariri, nesta quinta-feira (10). As ações fazem parte da operação “Santa
Ana”, investigação contra suspeitos de estelionato que davam golpes financeiros
em idosos. A polícia acredita que advogados ou funcionários da Previdência
Social possam estar envolvidos na associação criminosa.
Os
mandados foram cumpridos nas residências dos suspeitos de integrar o grupo
criminoso. Um homem foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Cartões bancários, celulares, procurações e computadores foram apreendidos
durante a operação.
Acesso
a dados pessoais
Os
golpistas agiam pelo menos de três formas diferentes. Ao combinar a abertura de
empréstimos com os idosos, os suspeitos tinham acesso aos cartões do banco e
aos dados pessoais das vítimas, solicitando não só os empréstimos acordados
entre eles, mas também outros com os quais os criminosos se beneficiariam.
“Munidos
de todas essas informações eles efetuavam empréstimos conforme combinado com o
idoso e também outros empréstimos. Através dessas informações também eles
acabavam cadastrando o idoso no aplicativo do banco e aí faziam transferências
eletrônicas, de forma automática, no início de cada mês. Ou seja, além do
prejuízo de empréstimos, muitas vezes os idosos acabavam prejudicados
financeiramente também por essas transferências eletrônicas indevidas”, explica
o delegado de Milagres, comarca responsável por expedir os mandados, Rogny
Rodrigues.
Falsificavam
documentos
O
grupo criminoso também falsificava documentos e criava identidades falsas de
idosos para sacar benefícios no banco.
“Munidos
de documentos falsificados, através de informações de que um outro idoso iria
receber valores retroativos de aposentadorias ou qualquer outra forma de
provento, eles fabricavam um novo idoso, buscavam um cartório, nesse cartório
criavam uma procuração, de forma aparentemente legal com esse idoso que não era
aquela pessoa do documento, e através dessa procuração procuravam as agências
bancárias e efetuavam o saque dos valores que os idosos teriam a receber”,
detalha Rogny Rodrigues.
O
delegado também acredita que há profissionais, como advogados ou funcionários
da Previdência, envolvidos nos crimes.
“Pelas
informações que esses componentes da associação criminosa tinham, com certeza
vão ter alguns advogados ou funcionários da Previdência Social envolvidos. A
investigação continua, a quebra de sigilo bancário foi decretada pelo poder
judiciário, então a partir dessas informações a gente busca alcançar o restante
da associação criminosa”, completa. (G1 CE)
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