FOTO: Antonio Rodrigues
O Observatório da Violência e dos Direitos Humanos da Região do Cariri, ligado à Universidade Regional do Cariri (URCA), apresentou, na manhã desta segunda-feira (25), dados que mostram um aumento no número de ocorrências ligadas à violência contra a mulher nas cidades de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte, em 2018. Ao todo, foram 2.390 vítimas nos três municípios, apenas no ano passado, resultando numa média de 6,5 casos por dia. 

Os números, presentes no 3º Caderno de Diálogos sobre Experiências no Enfrentamento à Violência contra às Mulheres, lançado nesta manhã, mostram que, quando se registram somente as ocorrências nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) de Crato e Juazeiro, contabiliza-se uma média de 6 ocorrências de violência contra a mulher por dia. Já no ano de 2018, saltou para uma média diária de 7,2 registros contabilizando-se um aumento de 20%. 


Do total de atendimento às vítimas (2.390), foram registrados e notificados 512 atendimentos em serviços de saúde (21,5%). Observou-se de 2017 para 2018 um aumento do número de notificações pelos serviços de saúde em 8% (474 em 2017/ 512 em 2018). “No entanto, um valor inferior aos 37% de aumento de atendimentos por este setor entre os anos de 2016 e 2017”, explica a coordenadora do Observatório, a professora Grayce Alencar. 


Os registros das Delegacias de Defesa da Mulher dos municípios de Crato e Juazeiro do Norte apontam que em número de ocorrências de atendimentos no ano de 2018 em relação a 2017, houve um aumento na DDM de Juazeiro do Norte da ordem de 23%, e um aumento na Delegacia do Crato de 12% 


De acordo com o levantamento de dados, houve aumento das taxas de notificação durante os anos de 2016 a 2018 nos três municípios, sendo este mais expressivo no município de Barbalha, que de 2017 para 2018 teve um acréscimo da taxa de notificação relativa ao número de Boletins de Ocorrências (BO’s) de 0,9% para 6,22% e da taxa de notificação calculada pelo somatório de BO’s e atendimentos coletados em serviços de saúde/assistência social de 2,1 para 8,6. 


Conforme a coordenadora do Observatório, a professora Grayce Alencar, foram coletados dados de 2.390 vítimas junto às Delegacias do Crajubar, Centros de Referência da Mulher e Vigilância Epidemiológica das Secretarias de Saúde. 


O trabalho realizado através dos pesquisadores da Universidade tem sido imprescindível para serem criadas novas alternativas de redução dos casos de violência e redes de proteção. Um deles é a Casa da Mulher Cearense, que já foi anunciada para ser implantada em Juazeiro do Norte. 


As ações fazem parte da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres: Fortalecendo Redes Solidárias no Enfrentamento à Violência contra a Mulher – 2019, que vem sendo realizada através de uma programação. Esse trabalho conta com a parceria da Escola da Saúde Pública do Ceará (ESB), além do Observatório.                      (Fonte: Blog Diário Cariri)

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