Em maio deste ano, explosão em fábrica clandestina de fogos de
artifício no bairro Frei Damião, em Juazeiro do Norte, deixou pelo
menos cinco feridos FOTO: ANTONIO RODRIGUES
O fim de ano é o período de maior venda de material pirotécnico. Em Juazeiro do Norte, por exemplo, o comércio deste material no período triplica em relação aos demais meses do ano, estima Mateus Ferraz, vendedor da única empresa autorizada a comercializar estes artefatos na cidade. Diante deste cenário, que é comum a outras cidades, os órgãos de segurança alertam para o risco que envolve a compra de produtos do tipo sem procedência. A preocupação pode ser explicada pelos incidentes registrados nos últimos 10 anos no interior. Neste período, foram pelo menos sete acidentes com fábricas e armazéns clandestinos, matando cinco pessoas e deixando outras 16 feridas. 

Em todo o Estado, há apenas uma única empresa, localizada em Sobral, registrada para fabricar estes materiais pirotécnicos. Porém, isso não impede que nos bairros, sobretudo na periferia, a fabricação de fogos de artifício clandestinos aconteça. Às escondidas, não conseguem ser alvo de fiscalização e, por isso, o major Norberto Santos, comandante do 5º Batalhão de Bombeiro Militar de Juazeiro do Norte, reforça que a melhor forma de evitar novas tragédias é denunciando. "Sem a denúncia de vizinhos, não podemos atuar. É importante o engajamento". 

O último caso aconteceu em maio, em Juazeiro do Norte, no bairro Frei Damião, quando um depósito clandestino de fogos de artifício explodiu, deixando seis pessoas feridas e atingindo outros quatro imóveis que foram interditados. 

Na terra do Padre Cícero, a empresa autorizada utiliza material fabricado em Minas Gerais. E o restante é importado, detalha Mateus Ferraz, ressaltando ainda que, como medida de segurança e atendendo a uma exigência do Corpo de Bombeiros, o depósito fica longe da cidade, na zona rural de Caririaçu, município vizinho. 

Prevenção 
O primeiro passo para evitar acidentes, segundo o major Norberto, é comprar fogos de artifício em lojas de confiança. "Itens homologados, certificados pelo Corpo de Bombeiros", ressalta o oficial. Outra observação importante é para compra de artefatos que venham junto com sua embalagem. "Todas as instruções de uso estão lá. O pessoal que comercializa em feira costuma vender em unidade para lucrar mais. Deste modo, o cliente acaba pegando o artefato sem nenhuma informação, sem dicas do tipo de lugar para lançar, distância, entre outras informações", completa. 

Procura 
Com itens que variam entre R$ 45 e R$ 2,5 mil, os fogos são vendidos, nessa época do ano, principalmente para prefeituras, restaurantes, clubes e balneários. "Neste ano, a venda será ainda maior, porque o Réveillon será no meio de semana. As pessoas acabam não viajando, passando a data aqui na cidade, o que aumenta a procura pelos artefatos", acredita Ferraz. 

Em Juazeiro, o costume da comercialização nas vendas de fogos é tão grande que há uma tradicional Feira realizada, anualmente, no período junino. Cerca de 35 comerciantes participam, chegando a movimentar R$ 400 mil.                       (Diário do Nordeste)

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