FOTO: Gustavo Simão
Até a Semana Epidemiológica 49, entre os dias 1º e 7 de dezembro, 14.758 casos de dengue foram confirmados no Ceará, conforme o mais recente Boletim de Arboviroses da Secretaria da Saúde do Estado (Ceará). O dado é expressivo quando comparado com o mesmo período de 2018, que registrou 3.720 ocorrências. Ou seja, em 2019, foram 11.038 casos a mais da doença, o que representa um aumento de mais de 296%. 

O município com maior incidência foi Fortaleza, com 3.451 registros. A Capital também concentrou a maioria dos óbitos, com quatro ocorrências. Este cenário vem como alerta para 2020, em especial para o início do ano, quando o Estado se prepara para a quadra chuvosa, período em que a incidência da doença é maior por conta da água acumulada. 

Conforme o boletim, datado do último dia 20 de dezembro, o número de óbitos por dengue também aumentou. Foram 13 mortes neste ano ante 11 no ano passado. 

33 anos de dengue no Ceará 
Para o infectologista Anastácio Queiroz, o alerta sobre a dengue deve estar sempre aceso. No Ceará, casos são registrados desde 1986. "Se você comparar 1986, quando começou a epidemia, e 2019, 33 anos depois, nós continuamos com o mesmo tipo de foco. Nosso trabalho contra a doença tem uma efetividade muito transitória. As pessoas precisam continuam tomando as medidas preventivas. O cuidado deve ser redobrado com a chegada da chuva", pondera Queiroz. 

O relatório elaborado pela Sesa diz ainda que o Estado já vivenciou sete anos de epidemias de dengue:1987, 1994, 2001, 2008, 2011, 2012 e 2015. 

O infectologista avalia que a população acaba "se cansando" de tomar os cuidados devido a continuidade dos registros da doença. "A dengue é uma doença cíclica, nós sabemos que independentemente das ações, sempre existirão casos da doença porque nós não conseguimos eliminar todos os focos. Vai continuar acontecendo a não ser que se trabalhe mais para conseguir fazer uma vacina efetiva. O que acontece é que a população acaba esquecendo de continuar os cuidados com o tempo", comenta. 

Ciclo 
Quatro sorotipos da dengue circulam no Ceará, de acordo com análises: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4. A circulação destes tipos é cíclica, todo ano, ou até dentro do mesmo ano, espalham-se diferentes tipos entre a população. Por isto, é comum que entre um ano e outro os casos confirmados da enfermidade aumentem, conforme explica Anastácio Queiroz. 

"A rigor, se temos poucos casos em um ano, se espera que tenhamos um pouco mais no outro ano. A população é exposta a um certo tipo da dengue que no outro ano esse tipo não vai ser o mesmo e aí as pessoas ficam suscetíveis, dependendo da época. Por isso que se faz necessário estar sempre alerta", afirma. 

Cuidados 
Os principais meios de prevenção da dengue são a constante observação de recipientes que possam encher de água e ficar isolados. Garrafas, pneus e também ambientes abertos a exemplo de ferros-velhos e comércios, precisam de monitoramento.                (O Povo)

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