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Já de janeiro a 21 de dezembro de 2019, foram 3.543 casos confirmados da doença no Ceará, conforme a planilha atualizada de doenças de notificação compulsória da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Os dados, porém, ainda podem ser revisados. No mesmo período, foram informados 83 óbitos causados por tuberculose.
A doença
Infecciosa e transmissível, a tuberculose afeta principalmente os pulmões e pode levar à morte. O tratamento é ofertado somente no Sistema Único de Saúde (SUS), com duração mínima de seis meses. Os medicamentos são tomados diariamente. Roberto da Justa, infectologista especialista na doença, explica que ela é uma das que mais matam o mundo, junto com aids e a malária.
“Mesmo assim, ela é esquecida e tem pouca visibilidade porque é do contexto da pobreza, do subdesenvolvimento, que atinge uma população ainda vivendo com desnutrição, em aglomerados urbanos não planejados. É um problema gravíssimo”, considera o médico.
Prevenção
Contudo, no Ceará, a tuberculose é de difícil prevenção porque não tem sazonalidade específica, ocorrendo em todo o ano. O médico Roberto da Justa alerta que os sintomas podem ser confundidos com os de outros problemas crônicos, como tabagismo, enfisema e asma, daí a necessidade de se realizar exames em quem apresenta tosse com mais de duas semanas. “Uma parcela significativa dos infectados fica meses sem a doença, tossindo e transmitindo para outras pessoas. Essa demora no diagnóstico é preocupante”, diz.
De acordo com o Ministério da Saúde, durante um ano, calcula-se que um indivíduo que apresente exame positivo para tuberculose pode infectar até 15 pessoas numa mesma comunidade.
A Sesa desenvolve, atualmente o Plano Estadual de Vigilância e Controle da Tuberculose para o período de 2018-2020. Entre as metas, estão a ampliação do percentual de cura de 58,9%, aferido em 2016, para 70%, neste ano. Já em relação ao percentual de abandono do tratamento, pretende reduzi-lo de 10,3% para 7,5%. Outros indicadores visam à redução de mortalidade e da incidência.
A principal forma de prevenir a tuberculose em crianças ainda é com a vacina BCG, dada ao nascer. Outra medida de cuidado, conforme o Ministério da Saúde, é manter ambientes bem ventilados e com entrada da luz solar. O órgão indica maior risco de adoecimento entre indígenas, pessoas privadas de liberdade, vivendo com HIV/aids e em situação de rua. (G1 CE)
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