Após o Novembro Azul e o Dezembro Vermelho, foi iniciada a campanha Janeiro Roxo, que tem por objetivo chamar a atenção da sociedade para o combate à hanseníase. A falta de informação sobre a patologia ainda é o maior desafio enfrentado para o diagnóstico e tratamento precoce da doença. Em Juazeiro, são registrados de 100 a 150 novos casos da patologia por ano, mas segundo o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), o número pode ser bem maior, devido às subnotificações. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hansenologia, o Brasil está em segundo lugar em número de casos da doença, atrás apenas da Índia. 

Segundo o Ministério da Saúde, a hanseníase é uma doença transmissível que acomete principalmente a pele e os nervos periféricos. Pode atingir rosto, olhos, orelhas, nariz, braços, mãos, pernas e pés. “A hanseníase pode causar deformidades físicas, mas isso pode ser evitado com diagnóstico precoce e tratamento imediato, que pode durar de seis meses a um ano. Por isso, até o dia 26 de janeiro, juntamente com a Federação Internacional de Associações de Combate à Hanseníase (ILEP), estaremos em campanha nas mídias digitais, escolas e Unidades Básicas de Saúde da Família”, aponta o vice- -coordenador nacional do Morhan, Faustino Pinto. 

Faustino Pinto percebeu manchas brancas esbranquiçadas na pele quando tinha nove anos, mas por conta da falta de informação sobre a hanseníase, o diagnóstico foi tardio, algo que ele luta diariamente para que não aconteça com outras pessoas. “Meus pais nunca foram negligentes, procuramos profissionais em Juazeiro do Norte e até na capital. Fui diagnosticado erroneamente com sífilis, febre reumática e até câncer. Quando eu completei 18 anos foi que fecharam o diagnóstico de hanseníase. Foi a partir dessa experiência e do preconceito que sofri, que decidi entrar para o Morhan e ajudar outras pessoas”, comenta Faustino. 

O vice-coordenador nacional do Morhan acredita que o número de casos seja superior as notificações em Juazeiro. “Temos uma população flutuante. Recebemos visitantes de todo o Brasil e a transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores (tosse ou espirro) de pessoas doentes que não estão em tratamento. A doença é transmitida facilmente de pessoa para pessoa e acredito que temos muitos casos subnotificados. É extremamente importante capacitar os profissionais de saúde para uma busca ativa e tratamento precoce”, finaliza o vice-coordenador nacional do Morhan. 

(Fonte: Jornal do Cariri)

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