Soldados do Exército fazem patrulha nas ruas de Fortaleza
com o motim de policiais militares. FOTO: José Leomar
O Exército Brasileiro, que assume as operações de segurança no Ceará em aplicação da Garantia da Lei e da Ordem, anunciou nesta quarta-feira (26) uma redução no número de homicídios no estado durante o motim de parte dos policiais militares. 

Conforme o coronel do Exército Leônidas Carneiro Júnior, oficial de comunicação das Forças Armadas, a redução é de 35% se comparado o dia em que o Exército começou a atuar no Ceará (sexta-feira, quando ocorreram 37 homicídios) e esta terça-feira (25), quando foram registrados 25 assassinatos. 

Para citar a redução, o coronel do Exército comparou os dados de terça-feira com sexta, quando o Ceará teve o maior número de homicídios desde 2012. Se comparado com os homicídios, de segunda-feira (24), o número de assassinatos aumento em dois. 

Antes do motim, o Ceará tinha uma média de oito homicídios por dia neste ano. Ou seja, apesar da redução anunciada pelo Exército, o número de homicídios no estado ainda é três vezes maior que a média deste ano. 

Apesar do índice quatro vezes acima da média, o Exército avalia que "a missão está sendo cumprida". 

"O efetivo está dando conta, a missão está sendo cumprida. Os número de homicídios foram reduzidos, e a situação está controlada", avaliou o general. 

A Secretaria da Segurança Pública informou nesta quarta-feira que não iria mais divulgar oficialmente o número de mortes durante o motim da Polícia Militar. Segundo o coronel do Exército, foram 25 homicídios na terça-feira (25). 

9º dia de paralisação
A paralisação entrou no nono dia com três batalhões da PM fechados no estado. O motim começou na terça-feira (18), quando homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram e ocuparam quarteis, depredando veículos da polícia. Policiais militares reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana. 

O motim e movimentos grevistas são proibidos para policiais, conforme a Constituição Federal. Um entendimento de 2017 do Supremo Tribunal Federal reforçou a proibição desses atos por parte de categorias militares. 

Os 170 homicídios registrados no motim da PM em 2020 já representam um aumento de 37% em relação aos casos registrados durante a última paralisação de PMs no Ceará, em 2012. O movimento daquele ano durou sete dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012), um a menos que o atual, e teve 124 assassinatos.

Desaceleração 
Os dados do balanço divulgado nesta manhã seguem a tendência de desaceleração da onda de violência observada nos últimos dias. É a terceira queda seguida nas mortes desde o dia 21 de fevereiro. A data foi o auge dos homicídios durante o motim, quando 37 mortes foram registradas. Antes da paralisação, a média no estado era de 6 assassinatos por dia. 

Por conta da crise na segurança, a Força Nacional e o Exército passaram a atuar em Fortaleza. Nesta terça, os municípios do Crato e Juazeiro do Norte, também começaram receber tropas do Exército.                                (G1 CE)

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