Carros tiveram os pneus furados em frente a batalhões
de polícia em Fortaleza. FOTO: José Leomar
O governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou, nesta quarta-feira (19), que solicitou ao Governo Federal apoio de tropas federais para reforçar a segurança do estado, após batalhões da Polícia Militar serem invadidos e carros da polícia terem os pneus esvaziados. 

Batalhões da polícia do estado foram atacados por pessoas encapuzadas entre a terça-feira (18) e esta quarta. Segundo o governador, as ações de vandalismo foram provocadas por homens mascarados e "alguns policiais", além de "mulheres que se apresentam como esposas de militares". O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, confirmou que 261 PMs estão respondendo a inquéritos militares e procedimentos administrativos na Controladoria de Disciplina por envolvimento nos atos.



Camilo Santana comunicou que entrou em contato com ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos; e com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para informar sobre a situação no estado e solicitar apoio de tropas federais. 


"Estou fazendo tudo o que for necessário, dentro da lei, para garantir a segurança dos cearenses, e punir todos aqueles que busquem ameaçá-la", disse Santana.

Afastamento de policiais 
O governador acrescentou que determinou o afastamento de policiais que forem identificados participando de "atos de indisciplina e vandalismo". 

"Diante desses atos de indisciplina e vandalismo praticados por alguns grupos determinei, já ontem, que todos os policiais envolvidos em atos que configurem crime militar sejam afastados, respondam a Inquérito Policial Militar, instaurado pelos comandos; respondam também a processo administrativo disciplinar, instaurado pela CGD; e tenham o salário cortado imediatamente".

Ao todo, quatro batalhões foram atacados entre a tarde de terça-feira (18) e a manhã de quarta-feira (19): 
12º batalhão de Caucaia, na Região Metropolitana 
17º batalhão, bairro Conjunto Ceará, em Fortaleza 
18º batalhão, bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza 
22º batalhão, bairro Papicu, em Fortaleza 

Além disso, em cinco cidades do interior - Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Iguatu e Sobral -, batalhões amanheceram fechados nesta quarta-feira (19). 

Na tarde desta terça-feira (18), três policiais foram presos por atos grevistas em Fortaleza, contrariando a decisão da Justiça que determina a proibição de movimentos e protestos por reivindicação salarial de militares no Ceará. 

Segundo o secretário da Segurança, André Costa, "são pessoas que se autointitulam como policiais militares. Parte já foi identificada e estamos trabalhando para identificar todos. Tem pessoas também se identificando como esposas de policiais e elas vão responder também por crimes, ninguém ficará de fora. Tem mulheres colocando até mesmo crianças na porta de um quartel. Elas (mulheres de PMs) podem responder a crimes de revolta e todas serão investigadas e, inclusive, por atos de vandalismo." 

Batalhões invadidos 
No 22º batalhão, 10 veículos da corporação foram levados de dentro do local por um grupo de cerca de 30 pessoas. Agentes que trabalham no local relataram que os homens não aparentavam estar armados e que não houve truculência na ação. 

No 17º batalhão, cerca de 20 suspeitos mascarados invadiram o pátio e rasgaram, com facas, os pneus de carros da polícia e de veículos particulares de agentes. 

Durante a manhã desta quarta-feira (19), outro batalhão foi atacado. Viaturas oficiais tiveram pneus furados no 18º Distrito Policial, que fica no Bairro Antõnio Bezerra, em Fortaleza. 

Ação parecida foi registrada nesta terça-feira (18) no 12º batalhão de Caucaia (na Região Metropolitana da capital cearense), quando homens esvaziaram os pneus de veículos da PM. No local, estavam agentes de segurança de plantão, além de mulheres e familiares de policiais que protestam por aumento salarial para a categoria. Segundo um policial ouvido pelo G1, também não houve confronto na unidade.

Representantes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SPPDS) se reuniram nesta quarta-feira (19) com o governador do Estado, Camilo Santana, para definir ações relacionadas aos atos. O órgão ainda não divulgou um posicionamento oficial sobre o que ocorreu nos Batalhões. 

As três ações foram realizadas após o início da tramitação, na Assembleia Legislativa do Ceará, da proposta de reajuste salarial de policiais e bombeiros militares do estado, na terça-feira (18). O projeto tem gerado crise entre parte da categoria e o governo estadual. 

De acordo com decisão da Justiça do Estado do Ceará (TJCE), agentes de segurança que promoverem manifestações e paralisações poderão ser presos. Ao todo, 150 policiais já tiveram inquéritos instaurados e três foram presos por furar pneus de carros da PM.                                     (Fonte: G1 CE)

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