Documentos foram anexados ao processo como
prova das supostas fraudes praticadas
O empresário Bruno Barbosa Borges e o administrador Romélio Montoril Leite foram denunciados por estelionato pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) após terem utilizado dados de uma firma cliente para realizar, entre outras transações, aluguéis de veículos e compras de equipamentos de segurança privada e passagens aéreas. 

A denúncia foi feita no mês de janeiro. Bruno Barbosa é um dos sócios do Grupo Manhattan Construtora, do qual Romélio Montoril é funcionário. De acordo com o MPCE, a dupla induziu "em erro a empresa ‘Avançar Construções Eireli’, auferindo vantagem ilícita”, conforme o documento obtido pelo G1. A defesa de Barbosa nega o crime. Procurado pelo G1, Montoril não foi localizado. 

Segundo o proprietário da Avançar Construções, Alexandre Nunes Gurgel, a firma comprou, em agosto de 2018, dois terrenos de uma empresa de Bruno Barbosa, a Espírito Santo. Ele afirma que a negociação foi realizada diretamente com Barbosa. O combinado foi o pagamento, em cheque, de 50 parcelas de R$ 5 mil por cada terreno. Dessas, oito parcelas foram repassadas, totalizando R$ 40 mil. 

No ato da compra dos terrenos, Alexandre Nunes percebeu que os imóveis estavam irregulares, por isso entrou em contato com o empresário denunciado para resolver a questão. Contudo, Barbosa não atendeu aos telefonemas e nunca chegou a devolver os valores. 

Para adquirir os terrenos, Alexandre Nunes repassou o contrato social da Avançar. Conforme o MPCE, com o documento em posse, Bruno Barbosa e Romélio Montoril “passaram a realizar diversas negociações em nome da vítima”. 

Contratos com assinaturas falsas 
Na denúncia, há o registro de um contrato de locação e venda de equipamentos de alarme e câmeras com uma empresa de segurança privada, que custou à Avançar R$ 3.603,26. Todo o negócio foi feito por meio de assinatura falsa. 

A Polícia Civil também conseguiu chegar a negócios feitos em nome da Avançar com duas empresas de turismo. Os investigadores obtiveram documentos de locação de veículos e compras de passagem aérea, bem como detalhes das transações realizadas por Romélio Montoril por meio de um aplicativo de mensagens, que comprovam a autoria do crime. Os gastos nas duas empresas de turismo também não foram pagos pelos acusados. 

O promotor Felipe Diogo de Siqueira França pediu à 8ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza o acolhimento da denúncia, tendo como base os artigos 171 (estelionato) e 71 (crime continuado) do Código Penal Brasileiro. A pena por obter para si vantagem indevida é de um a cinco anos de prisão, com acréscimo de multa. 

De acordo com o advogado da Avançar e assistente da acusação, Nelson Brandão, Bruno Barbosa já responde a quatro inquéritos – três na Polícia Civil e um na Polícia Federal. 

“Na semana passada, indexei pedido de prisão preventiva do Bruno porque existem outros procedimentos em trâmite na Delegacia de Defraudações, porque eles lesou outras pessoas, e porque ele se evadiu do distrito da culpa, foi para Amsterdã, na Holanda”. 

Defesa nega crimes 
Para o advogado Flávio Jacinto, que representa o empresário Bruno Barbosa, "o que está na ação penal, se vai ser verdadeiro ou não, nós só podemos dizer com o julgamento. Não podemos falar de condenação enquanto os fatos não forem apurados em vias da Justiça, não se pode falar em crime cometido por alguém". O advogado também afirmou desconhecer outros inquéritos relacionados ao cliente. 

O G1 não conseguiu contato com o administrador Romélio Montoril Leite. Em depoimento à polícia, Romélio afirmou que Bruno Barbosa "lhe disse que era dono da empresa Avançar, quando lhe entregou toda a documentação cadastral da empresa e o cartão de uma conta bancária com senha".              (G1 CE)

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