FOTO: Kid Junior
O setor da Construção Civil no Ceará já estima as baixas do mercado imobiliário local com os impactos da pandemia do coronavírus. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, o Valor Geral de Vendas (VGV) de lançamentos - produto entre a quantidade de unidades (por exemplo, apartamentos) e o valor dessas unidades - no Ceará deve encerrar 2020 em R$ 800 milhões. No início do ano, ele lembra que a estimativa era de um VGV de R$ 2 bilhões. 

"No início do ano, falávamos em R$ 2 bilhões, mas a pandemia do coronavírus deu um prazo a mais para os lançamentos que estavam previstos. Tem colegas que tinham dois ou três lançamentos para serem feitos e vão lançar somente um", pontuou. "Acredito que o VGV em 2020 ficará em torno de R$ 700 a R$ 800 milhões lançados este ano", detalhou Patriolino Dias. 

A declaração foi feita durante live realizada na tarde desta quarta-feira (27) pela Lopes Immobilis. Participaram do encontro virtual Ricardo Bezerra, presidente da Lopes Immobilis, Fernando Cirino Gurgel, presidente do Grupo FCGPar e Beto Studart, presidente do grupo BSPar. 

Já Ricardo Bezerra, cuja projeção no início do ano era de um VGV em torno de R$ 3 bilhões, acredita que a cifra cairá para R$ 1,5 bilhão. 

Tendência 
Beto Studart pontuou que o setor estava "bem entusiasmado" em relação aos lançamentos no início do ano. "Estamos engatilhados e preparados, mas tudo vai depender do cenário", disse, acrescentando que visualiza uma preocupação maior com bem estar para o futuro, o que deve beneficiar o mercado imobiliário. "Acredito que o dinheiro das pessoas será voltado para servir a família e servir a família passa pelo viver bem", disse. 

Fernando Cirino também lembrou que ficar mais tempo em casa abre os olhos para alguns fatores. Ele frisou que a classe média alta passou a "ver o seu habitat e refletir", portanto, deve "querer ainda mais buscar qualidade de vida". 

Ele também criticou as atuais políticas habitacionais. "Nós vemos uma situação precária de moradia para a maioria dos brasileiros. A política habitacional tem que ser turbinada para que possamos superar essa situação vexatória", disse, defendendo ainda o Marco Regulatório do Saneamento. 

"É necessário para que deixemos de fabricar doenças. Nós vemos que 50% da população brasileira não tem esgoto. Na hora que se organizar a habitação deste País, estará sendo promovida qualidade de vida. E a construção civil tem tudo a ver com qualidade de vida", disse.                      (Diário do Nordeste)

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