Neste sábado (13) é celebrado o dia Santo Antônio, e no município de Barbalha a data marca o fim das festividades ao santo católico, que devido a pandemia do novo coronavírus tiveram que ser suspensas. No entanto, no último dia 31 de maio, dia no qual haveria o famoso cortejo do “Pau da Bandeira”, houve uma carreta e hasteamento simbólico da bandeira em frente a Igreja Matriz de Santo Antonio, sob bastante polêmica devido a presença de muitas pessoas, que saíram de suas casas e fizeram uma aglomeração no local onde é erguido o mastro. 

Foi constatado, em boletim epidemiológico do dia 1º de junho, um dia após o ocorrido, que em Barbalha havia um total de 72 casos confirmados de Covid-19, com três óbitos e cerca de 143 suspeitos ainda aguardando resultado de exames. Doze dias após, nesta data que marca o encerramento dos festejos ao santo, os dados epidemiológicos aferidos até este sexta (12), já somam um total de 125 pacientes com o novo coronavírus e mais um óbito pela doença, representando um aumento aproximado de 70% no número de casos em relação ao último dia de maio, quando houve o cortejo não programado, gerando aglomeração. 

A data também marca o encerramento da chamada “trezena” a Santo Antônio, já que é dedicada a este no décimo terceiro dia do mês. Os festejos ao santo também marcam, desde meados de maio, a abertura da época junina, sendo uma das primeiras festividades tradicionais que antecedem o São João. Neste ano, as comemorações não ocorrerão nas ruas em aglomerações, devido decreto estadual que visa impedir a disseminação da Covid-19. Todas as pessoa devem permanecer em isolamento social. 

Mesmo com esta proibição, foi organizado no dia do “Pau da Bandeira” um cortejo simbólico, sem aviso prévio e reunindo um aglomerado de pessoas, que saíram às ruas para ver o cortejo, que seguia em carreata pelo tradicional percurso pela Rua do Vidéo. até a Matriz de Santo Antônio. 

A intenção, segundo relatos da população, era fazer uma homenagem simbólica à tradicional Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2015.


FOTO: Toni Sousa
“De manhã a gente fez a bênção da bandeira, e estava marcado para sair às 17h apenas o carro de som com a bandeira, e só. Mas o momento chamava a atenção, é um momento simbólico pra muitos devotos e carregadores de Barbalha. É uma maneira de a gente respeitar a nossa tradição e a nossa cultura”, disse Rildo Teles na ocasião, que esteve à frente da comissão do cortejo. 

O prefeito Argemiro Sampaio, bem como nota emitida pela gestão, negaram qualquer participação ou incentivo no cortejo, informando que este não foi de responsabilidade da Prefeitura e nem do próprio gestor. Em nota, a prefeitura lamentou o fato “no momento em que o município se esforça para conter o avanço da Covid”. 

De acordo com a secretária da Saúde de Barbalha, Pollyanna Callou, os fiscais de Vigilância Sanitária não teriam condições de impedir a aglomeração uma vez que “poderiam ser agredidos, já que poderia haver pessoas sob influência de bebidas alcoólicas”. 

Mesmo com denúncias feitas pelas redes sociais e solicitação de intervenções policiais e militares, o cortejo ocorreu até o fim, com o hasteamento simbólico no Largo da Matriz, reunindo aproximadamente 200 pessoas.

(Fonte: Site Badalo)

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