FOTO: ANTONIO RODRIGUES
Inaugurada em 2014, a Fábrica Escola de Processamento de Cana do Cariri, em Barbalha, responsável por fabricar cachaça, rapadura, açúcar mascavo e melado de cana está produzindo álcool 70% para doar às instituições sociais da região. Até agora, mil litros já foram produzidos e entregues às entidades que assistem pessoas em maior vulnerabilidade à Covid-19, como moradores de rua, idosos e crianças em tratamento contra o câncer. 

A ideia, porém, é de que toda a produção de cana-de-açúcar seja direcionada para este fim, incluindo a safra de 2020, que começou a ser colhida neste mês de junho. "Nossa expectativa é colher 300 toneladas de cana", antecipa Alexandre, diretor da Fábrica. 

Administrado pelo Instituto Agropolos do Ceará (IACe), o equipamento redirecionou, em abril, sua estrutura para a fabricação deste produto essencial para higiene pessoal. Segundo Cortez, por trabalhar com a cana e ter toda estrutura de processamento, o Instituto vislumbrou a oportunidade de contribuir com as ações de combate à transmissão do novo coronavírus. 

Uma nota técnica publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no fim de março, autorizou a fabricação do produto devido sua importância na higienização e, sobretudo, sua escassez no mercado. "Foi o espaço que aguardávamos para agir", garante Cortez. "A escolha das instituições (que recebem o produto) é priorizada àquelas que trabalham com grupos de risco em Crato, Juazeiro e Barbalha e alguns postos de saúde". 

Os fracos que contém o álcool são retornáveis. Desta forma, na medida que as instituições beneficiadas consumirem o produto, devolvem à Fábrica Escola para reabastecimento. O procedimento reduz os custos de produção com a embalagem e confere uma arranjo mais sustentável, com menos plástico utilizado. 

Apoio 
Entre as entidades beneficiadas, o Lar Fraterno Irmã Scheilla (Lafis), de Juazeiro do Norte, que abriga 20 idosos, recebeu 20 frascos. Segundo o coordenador Sérgio Melo, a doação foi muito bem-vinda porque, como se trata de um grupo de risco, o cuidado tem que ser redobrado o que acaba aumentando a demanda pelo produto. 

"A gente tem que esterilizar tudo. O gasto é alto e os cuidados com os idosos são redobrados. Desinfectamos do trinco às escadas. A demanda é muito grande de álcool e a doação está nos atendendo bastante", reforça. Também foi contemplado o projeto "Mãos de Ajudam", que assiste pessoas em situação de rua de Juazeiro do Norte. 

"A gente mantém a assepsia no local onde estas pessoas estão e utiliza para higienizar suas mãos. A gente estava tirando do nosso próprio bolso para fazer esse trabalho", conta o cinegrafista Carlos Henrique Melo, um dos coordenadores da ação, ao ressaltar a importância das doações frente à alta demanda. Também foi beneficiado o projeto Dom Bosco, que atende cerca de 300 crianças do bairro Malvinas, em Barbalha, oferecendo oficinas de esporte, cultura e educação; e o Instituto De Apoio À Criança Com Câncer (IACC), no mesmo Município, que dá assistência social a crianças e adolescentes com câncer e suas famílias. 

Com a boa projeção da colheita da cana-de-açúcar deste ano, a Fábrica Escola pretende expandir o número de instituições beneficiadas com esta ação solidária.                  (Diário do Nordeste)

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