Por: Pe. Gabriel Vila Verde

Muita gente não sabe, mas no auge da perseguição ao Padre Cícero, Juazeiro ficou sem assistência religiosa por 25 anos. Isso mesmo, 25 anos! Sem padres, sem Missa, sem qualquer Sacramento. 

Enquanto isso, Padre Cícero pedia a todos os moradores e romeiros que não levantassem a voz contra a decisão do Bispo, nem falassem mal dos Padres, pois ele via tudo aquilo como uma provação de Deus. Incentivou a todos que rezassem o Rosário e, todos os dias, reunia o povo na frente de sua casa, onde catequizava, dava conselhos e fazia momentos de oração. 

O povo escutou a voz do "Padrinho" e nunca houve uma revolta contra a Diocese. Claro que, em temas políticos, houve muita guerra naquela região, pois o Governo queria destruir o povoado com canhões e assassinar o Padre Cícero. Por isso os romeiros se viram na obrigação de pegar em armas para defender o "Santo Juazeiro", a "Terra da Mãe de Deus", porém, contra a Santa Igreja Romana, nem sequer uma palavra de ofensa, "porque meu Padim não deixava". 

Passado os 25 anos, a Igreja de Juazeiro foi reaberta e tornou-se Matriz Paroquial. Décadas depois, a Diocese do Crato a nomeou como Santuário Diocesano. Em seguida, o Papa Bento XVI deu a ela o título de Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. A capelinha fechada por tanto tempo, hoje é "Matriz - Santuário - Basílica", os maiores títulos que uma igreja pode receber. 

Nesse episódio tão doloroso, Padre Cícero nos deu cinco lições de santidade: silêncio; resignação; humildade; obediência e paciência.

Lembre-se que Deus nos prova como ouro no fogo, e é na dor da provação que se revela a nossa fé e o nosso caráter. Se fosse eu ou você no lugar do Padre Cícero, qual seria nossa atitude? Como você se comporta, nesse tempo de pandemia, vendo as igrejas fechadas? Reza para que tudo volte ao normal, ou difama a sua Igreja publicamente? Aprendamos com os santos. Eles sim, tem muito a nos ensinar.

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