A região do Cariri contabiliza 1.114 crianças e adolescentes infectados pelo novo coronavírus. Um óbito foi registrado em Barro, em decorrência da covid-19. Meninos e meninas entre 10 e 14 anos compõem a faixa etária com mais afetados: 423 casos confirmados. São 366 confirmações de crianças de zero a quatro anos e 335 com idade entre cinco a nove anos. No Cariri, são 577 do sexo masculino e 547 meninas. Cidade com maior número de casos e óbitos na região, Juazeiro do Norte também lidera em quantidade de crianças infectadas, com 426 confirmações. Na sequência, estão Crato, com 184 casos; Missão Velha, que tem 59; e Mauriti, com 58 crianças e adolescentes afetados. Todas as 29 cidades têm casos.

O médico pediatra Felipe Macêdo ressalta que “a faixa etária pediátrica, por incrível que pareça, está sendo mais poupada na pandemia”. Conforme o profissional, estudos indicam que “a maioria das crianças estão evoluindo de forma assintomática”. Fábio Macêdo esclarece que, nas crianças, em geral os sinais da covid-19 são leves. “São sintomas como uma síndrome gripal normal. Pode dar febre, coriza, congestão nasal, tosse, dor de garganta. Pode ser confundido com uma gripe normal”. Por outro lado, a particularidade primordial dos indícios da doença entre crianças, na comparação com adultos, pode ser vista no efeito maior de vômitos e diarreia: “as crianças evoluem com mais vômito e diarreia”, conta. 

Já no que diz respeito ao tratamento, este é “totalmente diferente” entre crianças e adultos. De acordo com o pediatra, não é recomendada a prescrição de corticóides - nem da cloroquina - no tratamento de crianças, devido à inexistência de evidência científica de que medicamentos do tipo contribuem para a recuperação de pacientes, sobretudo as crianças. “A única recomendação que a gente tem na faixa etária pediátrica são os pacientes que têm sintomas mais graves, estávamos fazendo o uso do oseltamivir, que é o Tamiflu, usado na síndrome respiratória aguda grave pelo influenza H1N1”, conclui Felipe Macêdo. 

Atendimentos 
No Cariri, as crianças são atendidas em hospitais locais ou em unidades de saúde criadas exclusivamente para a pandemia do novo coronavírus, a exemplo de unidades sentinelas e hospitais de campanha. Existiam 10 leitos pediátricos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Santo Antônio, em Barbalha. Contudo, as unidades foram fechadas no último dia 17 de julho, devido a não renovação de contrato por parte do Ministério da Saúde. “Temos leitos clínicos, leitos de UTI e intermediários, tanto para crianças como para adultos”, diz a secretária de Saúde barbalhense, Pollyanna Callou, para explicar que não há diferenciação entre leitos adultos e pediátricos. Em Juazeiro do Norte, os internamentos clínicos ocorrem no Hospital Maria Amélia, enquanto os casos mais graves, que necessitam de uma UTI, são gerenciados pelo Governo do Ceará.

(Fonte: Jornal do Cariri)

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