O resultado das vendas de veículos em junho indica que o setor pode ter em 2020 resultados menos dramáticos que o previsto no início da pandemia do novo coronavírus. No Ceará, foram comercializados 2.254 automóveis e comerciais leves (categoria que considera caminhonetes e vans) no sexto mês do ano, 171,8% a mais que no mês imediatamente anterior, quando foram realizados 829 emplacamentos no Estado. Os números são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). 

Para o vice-presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Ceará (Sincodiv)/Fenabrave-CE, Lewton Monteiro, o resultado expressivo reflete uma demanda que estava reprimida durante o período de isolamento social, mas leva em conta também emplacamentos que deveriam ter sido realizados em maio e não foram por conta do funcionamento reduzido do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE). 

"Temos o fator aumento nas vendas, mas esse número também reflete veículos que foram vendidos em maio e emplacados em junho por esse delay do Detran-CE", afirma. 

O comércio na cadeia automotiva foi liberado ainda na fase 1 do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais no Ceará, mas Monteiro avalia que a reabertura não foi o único impulsionador das vendas. No contexto do isolamento social, esses negócios tiveram que fortalecer seus canais online e, com o vírus ainda circulando, clientes apostaram na pesquisa de opções de automóvel e usaram o tempo para começar as negociações. 

"As concessionárias tiveram que se reinventar com os negócios online. É uma lição que a gente tira desse momento, que forçou as concessionárias a desenvolverem essas negociações online e tá funcionando muito bem", diz. 

Ele também reforça que o número de vendas em maio foi pequeno, o que contribui para que o resultado de junho represente uma forte alta na comparação mensal. Na comparação entre junho deste ano contra igual período de 2019 - quando os emplacamentos haviam somado 4.419 no Ceará -, as vendas do segmento auto e comercial leve caíram quase 50%. 

"Se a gente olhar para junho ante igual mês do ano passado, a gente tem uma queda acentuada. A gente conseguiu emplacar em junho deste ano 50% do que emplacamos em junho do ano passado", pontua Lewton Monteiro. 

No primeiro semestre deste ano, as vendas de automóveis e de comerciais leves somaram 14,3 mil unidades, queda de 43,1% na comparação com igual período de 2019, quando foram emplacados 25,2 mil veículos do segmento.

Caminhões 
Um dos destaques observados nos resultados de vendas de veículos novos em junho são os caminhões. No Ceará, 196 unidades foram emplacadas, crescimento de 237,9% na comparação com maio, quando foram efetuados apenas 58 emplacamentos no Estado. 

Ao contrário do segmento de automóveis e comerciais leves, as vendas de caminhões não cresceram apenas na comparação mensal. Ante o mês de junho do ano passado, quando foram comercializadas 138 unidades no Estado, houve crescimento de 42%. 

"As vendas de caminhões se destacaram no Brasil e no Ceará mais ainda. Isso é um fator claro da retomada da economia. Nós tínhamos uma perspectiva maravilhosa no pré-coronavírus. Nós esperávamos um resultado bem acima antes do coronavírus, mas ainda é um crescimento expressivo", diz Monteiro. 

No acumulado de janeiro a junho, porém, as vendas de caminhões caíram 5,8% no ano ao contabilizar 698 emplacamentos no Ceará frente a 741 emplacamentos em igual período de 2019. 

Além dos caminhões, o segmento de implementos rodoviários também apresentou crescimento na comparação com igual período de 2019: um avanço de 39,2% em junho deste ano (110 emplacamentos) ante junho do ano passado. Em relação a maio, a alta foi de 223,5%. Os implementos rodoviários são os pequenos reboques para lanchas e quadriciclos e animais.                     (Diário do Nordeste)

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