Pipas são brinquedos bastante comuns entre várias gerações, mas que podem causar sérios problemas se não forem utilizados da forma correta e em ambientes apropriados. Com a diminuição do período chuvoso e o isolamento social, a Enel Distribuição Ceará tem contabilizado diversas ocorrências de quedas de energia ou acidentes devido o uso indevido de pipas no meio urbano, o que tem se tornado cada vez mais comum. De acordo com a empresa, somente Juazeiro do Norte e Crato somaram mais de 80 ocorrências desta natureza nos últimos três meses. 

A brincadeira, que por muitos é motivo de diversão, pode ocasionar desligamentos na rede de energia e até acidentes graves, como queimaduras e até mesmo a morte. Segundo a Enel, a incidência de ocorrências nas duas principais cidades do Cariri cresceu 344% de maio para junho. E até a última segunda-feira (20), o número total de ocorrências nos dois municípios ultrapassa o dobro de todo ano de 2019, com aumento de mais de 140%. 

Em todo o Ceará foram contabilizadas 433 ocorrências pela empresa, sendo 87 somente em Crato e Juazeiro do Norte, o que indica que as duas cidades representam cerca de 20% dos casos em todo o Estado. Crato fechou o mês de junho com 22 afetações na rede elétrica, enquanto que Juazeiro do Norte fechou com 18 ocorrências. 

Levando em consideração os dados de 2020, a Enel contabilizou um total de 87 incidências na rede entre janeiro e 20 de julho, causando a interrupção no fornecimento de energia para mais de 33 mil unidades consumidoras. Em todo o ano de 2019, a empresa contabilizou 36 casos nas duas cidades, tendo afetado o fornecimento de energia para pouco mais de 6 mil unidades. Esses dados mostram o aumento significativo de 140% apenas nos primeiros seis meses deste. 

Panorama no Ceará 
No panorama estadual, a distribuidora de energia já registrou 433 ocorrências até esta segunda (20), com cerca de 81% do valor registrado no ano anterior, afetando mais de 115 mil unidades consumidoras. Em todo o ano de 2019, foram contabilizados 532 casos com interrupção do fornecimento de energia para mais de 161 mil unidades. 

Precauções 
De acordo com a Enel, o crescimento de contato de pipas com a rede elétrica é mais comum em período de férias, como em julho, porém o aumento de ocorrências já pode ser notado em maio e junho, ainda mais com as medidas de isolamento social devido a situação pandêmica do novo coronavírus. Com a diminuição do período chuvoso e o aumento da velocidade do vento, as condições se tornam mais propícias para a brincadeira. 

Se você já presenciou este tipo de ocorrência ou possui praticantes da brincadeira em sua localidade, saiba abaixo quais as principais orientações devem ser tomadas, principalmente em caso de ocorrências. 

Orientações importantes: 
– Soltar pipas perto da rede elétrica é muito perigoso. Elas podem enroscar nos fios com risco de descarga elétrica. Materiais metálicos também não devem ser utilizados na fabricação deste brinquedo, pois conduzem eletricidade, aumentando a chance de choque elétrico, podendo causar até a morte de uma pessoa. 

– O uso da chamada linha chilena, que possui poder de corte quatro vezes maior que o cerol tradicionalmente usado nas pipas, tem agravado ainda mais a situação. O risco de acidentes fatais é alto para pedestres e motociclistas e os danos à rede elétrica também são maiores. – Não encostar em qualquer objeto estranho que esteja pendurado à rede elétrica. 

– O uso de cerol (pó de vidro com cola) oferece mais um risco: ele corta a camada de borracha que reveste os fios de alumínio ou de cobre, criando a situação de transferência de corrente elétrica. Além disso, o uso de cerol também pode provocar acidentes com motociclistas. 

– O lançamento de pipas, sapatos, bolas, marimbas, bandeirinhas e balões pode causar acidentes graves. As linhas das pipas cortam os cabos elétricos, além de gerar risco de descargas elétricas no momento em que o objeto encosta na rede e as pessoas se arriscam também ao tentar recuperar pipas e outros itens presos na fiação. 

– A população não deve tentar mexer em qualquer componente da rede elétrica, como a fiação aérea, por exemplo. Somente técnicos da distribuidora, treinados para este trabalho que exige o uso de equipamentos de segurança, estão aptos a manusear a rede elétrica. 

– Além das pipas, é preciso redobrar a atenção com os balões. Eles respondem por muitos acidentes na rede elétrica já que ele pode cair aceso em florestas, residências e indústrias e até oferecer perigo à aviação. O que antes era considerado uma brincadeira hoje é crime. De acordo com a nova Lei de Crimes Ambientais, Lei Nº 9.605, de fevereiro de 1998, não somente soltar balões agora é crime, como também fabricar, vender ou transportar. A pena prevista é de um a três anos de detenção ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Caso a rede energia elétrica seja afetada pela queda de balões, a população pode ligar para 0800 285 0196.

(Fonte: Site Badalo)

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