O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) apreendeu, nesta segunda-feira (20), computadores e pen drives de quatro suspeitos de crimes sexuais denunciados pelo movimento #ExposedFortal. O órgão já ouviu 13 mulheres que denunciaram professores, mas analisa 25 denúncias, entre elas também, casos que envolvem colegas dos estudantes. 

A Operação Indiscretos cumpriu três mandados de busca e apreensão em Fortaleza e um em Pacajus nesta manhã e está sob sigilo de Justiça. 

Estudantes de Fortaleza foram acusados de compartilhar fotos íntimas de meninas em um grupo de WhatsApp. O caso ganhou repercussão no Twitter quando as vítimas e colegas das garotas publicaram as denúncias e as investigação também chegaram a supostos assédios cometidos por professores de escolas e faculdades públicas e privadas contra alunas e alunos.

No último dia 23 de junho, a hashtag #ExposedFortal ficou entre os ''Assuntos do Momento'' na rede social. A previsão é de que mais cinco vítimas sejam ouvidas durante a semana.

Os mandados foram de busca e apreensão expedidos pelo juízo da 11ª Vara Criminal de Fortaleza. A investigação do MPCE ficou a cargo do Núcleo de Investigação Criminal e contou com a colaboração do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência. Foram realizadas várias análises das publicações com a hashtag #exposedfortal, culminando com a individualização de alguns membros de grupos de redes sociais. 

"Esse material apreendido, sendo feito a perícia, a gente espera estar produzindo provas para que junto ao depoimento das vítimas formar um conjunto probatório eficiente para a condenação dos autores. Hoje, nos tem chegado em maior quantidade [denúncia de assédio] dos professores em relação aos alunos", afirmou a promotora de justiça Josiana França, do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV). 

Força-tarefa 
O MPCE montou uma força-tarefa para investigar os casos de crimes sexuais denunciados por vítimas de todo o estado nas redes sociais. 

Além disso, o órgão tem feito um trabalho de acolhimento e apoio psicossocial às pessoas que sofreram os abusos. O caso conhecido como “exposed”, por conta da exposição de fotos e vídeos íntimos sem consentimento na internet. 

Além das promotorias de Justiça de várias comarcas, especialmente de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Iguatu e Sobral, o Ministério Público atuam nesse caso por meio do Núcleo de Investigação Criminal (NUINC), do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV) e do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação (CAOPIJE). 

Segundo o MPCE, apesar do esforço, os promotores de Justiça têm encontrado dificuldade nas investigações porque as vítimas ainda se mostram resistentes a registrar as denúncias. Para isso, o MPCE criou o e-mail dignidadesexual@mpce.mp.br para que elas façam o primeiro contato com a instituição. 

Participaram da operação o Núcleo de Investigação Criminal (NUINC) e do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV), com apoio da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) e Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (COIN).                            (Diário do Nordeste)

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