Morreu em Paris, aos 104 anos, a atriz Olivia de Havilland. Imortalizada por sua participação em “…E o Vento Levou” (1939), Havilland era conhecida por fazer papéis de mulheres doces e amáveis. Ícone da era de ouro do cinema, ela tem dois Oscar de melhor atriz. 

Segundo a revista especializada em cinema “The Hollywood Reporter”, de Havilland morreu de causas naturais em sua casa. Ela fez poucas aparições públicas depois de se aposentar, mas retornou a Hollywood em 2003 para participar da 75ª edição dos Oscar. 

Filha de pais ingleses, a atriz nasceu no Japão. Naturalizada norte-americana, cresceu na Califórnia e vivia em Paris desde 1953. Em 2008, recebeu do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a Medalha Nacional pelas Artes. No ano seguinte, narrou o documentário “Alzheimer”. 

De Havilland teve dois filhos, Benjamin, de seu primeiro casamento com o escritor Marcus Goodrich e Giselle, com seu segundo marido, o jornalista Pierre Galante. 

Sua estreia nos cinemas foi em uma adaptação de 1935 do clássico de Shakespeare “Sonho de Uma Noite de Verão”, dirigido por Max Reinhardt. Na televisão, ela trabalhou na minissérie de 1976 “Roots: The Next Generation”. 

Rivalidade com a irmã 
Havilland teve uma relação conturbada com sua irmã a também atriz, Joan Fontaine. Em 1942, as duas foram indicadas ao Oscar: Havilland por “A Porta de Ouro” e Fontaine por “Suspeita”, de Alfred Hitchcock. Fontaine levou a estatueta. 

Em 2017, Olivia de Havilland, processou os produtores da série de TV “Feud” porque não gostou da forma como foi retratada na série. A trama é sobre a famosa rivalidade entre Joan Crawford e Bette Davis, mas ela perdeu essa disputa. 

A atriz não era novata nos meandros da justiça, uma vez que foi uma das primeiras a desafiar e derrotar o todo-poderoso sistema dos grandes estúdios pelas abusivas condições trabalhistas às quais estavam submetidos os artistas da Hollywood clássica. 

Batalhas com os estúdios 
O prestígio da indicação ao Oscar e a popularidade de “O Vento Levou” não deram a Havilland os tipos de papéis que ela queria. Ela costumava recusar as peças que a Warner Bros. oferecia, o que resultou em várias suspensões pelo estúdio. 

Em 1943, Havilland declarou que seu contrato de sete anos com a Warner havia expirado, mas o estúdio disse que ainda lhes devia os seis meses que passou em suspensão. 

De Havilland venceu no tribunal, enfraquecendo o domínio dos grandes estúdios sobre os atores, limitando os contratos dos atores a sete anos, independentemente do tempo de suspensão. Mas desafiar um estúdio poderoso foi uma jogada arriscada na carreira e ela não fez filmes por três anos. 

Havilland fez um retorno triunfante à tela em 1946, com o papel vencedor de um Oscar de mãe solteira em “Só Resta uma Lágrima”. Três anos depois, seu retrato de uma solteirona trouxe outro prêmio da Academia por “A Herdeira”.               (Fonte: G1)

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