Ainda nesta semana, pais de alunos de escolas públicas e privadas do Ceará vão participar de um encontro com o governador do Estado, Camilo Santana, e com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, para debater sobre a retomada das aulas presenciais, suspensas desde março devido à pandemia do novo coronavírus. 

Por meio de representantes de uma associação de pais, os responsáveis vão poder relatar suas principais preocupações quanto ao impasse, informou o secretário executivo da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) do Estado e coordenador do plano de retomada, Flávio Ataliba, em entrevista ao Sistema Verdes Mares na manhã desta segunda-feira (27). 

"Essa semana, o governador deve chamar os pais para o debate porque é importante colocar qual a visão que eles têm do problema", confirmou Ataliba. Ele justifica que os pais serão ouvidos somente agora, quando 95% da economia já retomou suas atividades, tendo em vista que os especialistas ainda desenvolviam uma opinião focada na saúde e no aprendizado dos alunos.

"Tem uma questão pedagógica de não prejudicar o entendimento das aulas e essa parte está avançada. Mas é fundamental nesse momento de decisão final a gente ouvir os pais dos jovens e crianças porque eles também vão nos dar retorno e dizer a preocupação que eles têm, principalmente quando essas crianças, esses jovens voltem para casa, e a relação que eles têm com a família". 

Para Ataliba, o momento exige que a discussão não se restrinja a órgãos como Governo do Estado, Ministério Público ou Defensoria Pública, mas que avance e envolva toda uma coletividade. 

"Acho importante essa estratégia [de ouvir os pais] porque uma decisão dessa complexidade precisa ser feita por todos. [...] Toda coletividade precisa ter um completo entendimento dos riscos desse segmento [educacional]", complementa. 

Conselho de Educação recomenda ensino remoto até o fim de 2020 
Através de um parecer publicado na sexta-feira (24), o Conselho Estadual de Educação do Ceará (CEE) recomendou que o ensino remoto fosse continuado em instituições de ensino que ofertam Educação Básica, Educação Profissional Técnica de Nível Médio e Educação Superior até 31 de dezembro de 2020 “por precaução e para preservação da vida”. A recomendação segue mesmo com a possível autorização para a retomada das atividades presenciais nesse período. 

O documento, que foi elaborado por uma comissão relatora específica, traz que o intuito do Conselho é colaborar com estratégias para evitar prejuízos aos alunos, professores e familiares.  “A orientação se firma nos princípios da equidade, flexibilização e inclusão, e identifica meios legais e pedagógicos para impedir a suspensão do calendário letivo, a reprovação, o abandono e até a evasão escolar”. 

Segundo o CEE, a suspensão das aulas presenciais foi uma medida importante para a manutenção do isolamento social. “Tal medida tem encontrado grande apoio junto à comunidade, pais e instituições de ensino, porque a situação da pandemia remete a cada um a necessária atitude de se reinventar”, cita o documento.                        (Diário do Nordeste)

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