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O ministro João Otávio Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu prisão domiciliar nesta quinta-feira (9) a Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, e sua mulher, Márcia de Aguiar, informa o G1. Os dois tiveram ordem de prisões preventivas decretadas no âmbito das investigações da Operação Anjo. 

No pedido de liberdade, a defesa de Queiroz usou como argumento, por exemplo, o “atual estágio da pandemia do coronavírus”, e afirma que Queiroz “é portador de câncer no cólon e recentemente se submeteu à cirurgia de próstata”. 

Outro argumento utilizado pela defesa diz respeito à documentação que comprovaria que Queiroz passou por uma cirurgia há dois meses. 

Queiroz está preso desde o dia 18 de junho e Márcia segue foragida. 

“Rachadinha”
Queiroz é um dos principais personagens da denúncia de suposto esquema de desvios no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. A prática investigada é conhecida como “rachadinha” (desvio de parte da remuneração recebida pelo funcionário). 

No caso de Flávio Bolsonaro, o Ministério Público aguarda o desfecho da novela jurídica sobre o foro do senador, que subiu para a segunda instância. A Promotoria recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele volte a ser julgado na primeira, pelo juiz Flávio Itabaiana Nicolau. O pedido deve ser analisado em agosto pela Corte. 

Despesas 
Flávio Bolsonaro e Queiroz correm o risco de também ter a lavagem de dinheiro incluída na denúncia. Ao pedir a prisão preventiva do ex-assessor por obstrução de Justiça, no mês passado, o MP mostrou que ele pagava prestações da escola dos filhos do hoje senador e despesas com plano de saúde, por exemplo. 

Além disso, diversos imóveis de Flávio foram citados ao longo da investigação como possível forma de lavar dinheiro. Em dezembro do ano passado, o MP mostrou que o ex-deputado adquiriu apartamentos em Copacabana que tiveram “lucratividade excessiva” com até 292% de diferença entre os valores de compra e venda. Ali, R$ 638 mil teriam sido lavados. 

Há, também, os chocolates. Entre o fim de 2014 e o início de 2015, Flávio comprou uma loja da franquia Kopenhagen pelo valor de R$ 800 mil. O sócio Alexandre Santini, no entanto, não aportou nenhum recurso significativo ao negócio. Quem o fez foi Fernanda, sua mulher – o que, segundo o MP, é um indício de que Santini seria um “laranja”. A investigação levantou diversas incongruências entre receitas e despesas, mostrando que o casal não tinha o dinheiro necessário para a aquisição e a operação da franquia.                       (Diário do Nordeste)

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