FOTO: Isanelle Nascimento
O retorno das aulas presenciais no Ceará é um assunto complexo que está sendo debatido em várias frentes por membros do Governo do Estado, do Poder Legislativo, representantes das instituições de ensino, técnicos da Educação e da Saúde. Segundo o presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, deputado Queiroz Filho (PDT), a ideia que está sendo discutida é planejar a volta das atividades escolares em fases, de acordo com o nível de ensino, mas ainda não foram definidas datas. O assunto será discutido nesta segunda-feira (20), em audiência pública no colegiado do Legislativo Estadual. 

Existem duas frentes que articulam a liberação das aulas presenciais no Ceará. Uma delas atua junto ao Comitê Estadual de Enfrentamento ao Novo Coronavírus, liderado pelo governador Camilo Santana (PT), e a outra funciona como um comitê consultivo, que também reúne representantes do Estado e movimentos ligados à educação, focado no retorno das atividades nas escolas públicas. 

Os dois grupos vêm se reunindo há alguns dias na tentativa de construir o melhor plano de retorno do setor de Educação. Uma audiência pública virtual está marcada para esta segunda-feira (20), às 10h, na Assembleia Legislativa, para apresentar diretrizes elaboradas pelo conselho consultivo. 

O presidente da Comissão de Educação, deputado Queiroz Filho, que acompanha o trabalho das duas frentes, disse que a ideia estudada no momento é dividir a volta às aulas em fases. 

"Organizando de acordo com as séries e atividades. A questão presencial da sala e as atividades extracurriculares. Provavelmente, a ideia é que seja em três fases esse retorno. Quando tiver essa definição da metodologia, serão montadas as fases e recomendações necessárias para o retorno", explica. 

Um dos pontos que mais preocupam, segundo o parlamentar, são os protocolos de retorno para escolas públicas e privadas que, na prática, têm realidades distintas. Sem contar os cenários diferentes que os municípios e regiões do Estado enfrentam da pandemia do novo coronavírus. 

"É complexo para as escolas públicas, porque tem no Estado todo. As necessidades que precisam ser feitas, por exemplo, de aquisição de máscara, álcool em gel. Não tenho dúvida que em algumas escolas públicas municipais e estaduais será necessário intervenção física para adaptação da estrutura e isso para o poder público leva um tempo. Diferente da iniciativa privada, há que se fazer licitação", analisa. 

Crianças 
O vice-presidente da comissão de Educação, deputado Acrísio Sena (PT), vê que o maior desafio do retorno será para a Educação Infantil e Ensino Fundamental. Ele disse que tem conversado com os pais e muitos não estão seguros de enviar seus filhos pequenos para as salas de aula. 

"Eu acho que em Fortaleza dá para avançar com um protocolo mínimo para Ensino Médio e Ensino Superior em agosto. Para o Ensino Fundamental, não dá, porque o controle da criança e do pré-adolescente não é simples. Uma criança passar passar quatro horas em uma sala de aula com uma máscara não dá", alerta. 

Para o deputado Renato Roseno (Psol), a questão do retorno vai além dos protocolos. Requer também investimento em infraestrutura. "Por exemplo: mais pias, mais salas. Como pode haver reenturmação, rodízio de turmas, aumento da carga horária, se não tivermos mais salas de aula e mais docentes?". 

O parlamentar também chama atenção para o saneamento básico. "Temos escolas que não têm água. Veja o Censo Escolar. Quase 200 escolas assumem que não têm água. Como pensar o retorno sem as condições sanitárias garantidas", questiona.                           (Diário do Nordeste)

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