FOTO: Alexandre Cortez |
A estimativa é que a área, que estava pronta para a colheita, gerasse 400 toneladas de cana de açúcar, plantadas há nove meses. Seu custo gira em torno de R$ 60 mil, incluindo mão de obra e irrigação. A matéria-prima seria destinada à produção de cerca de 20 mil litros de álcool 70%, que seriam doadas para instituições de caridade e de saúde do Cariri.
De acordo com o diretor da Fábrica Escola, Alexandre Cortez, a suspeita é de crime ambiental e contra o patrimônio público, já que o fogo ficou muito próximo do prédio onde os produtos derivados da cana são fabricados. “Só não chegou ao prédio pelas medidas preventivas de contenção de aceiros que mantemos”, descreve.
A tese de que o incêndio foi criminoso, segundo Cortez, se fundamenta porque o fogo não surgiu de nenhum outro local.
“Nasceu e terminou em nossa área que fica interna, fechada e sem acesso de pessoas ou veículos E como nossa área é toda mantida no aceiro limpo, o fogo também não passou para outros espaços nem para vizinho. Mas, claro, que o órgão competente tem que investigar”, reforça.
O diretor registrou um boletim de ocorrência e a Polícia Civil está investigando o caso. “Fica o pedido para que a população denuncie esses casos de incêndios para identificação dos criminosos”, apela Cortez.
Prejuízo
Inaugurada em 2014, a Fábrica Escola de Processamento de Cana do Cariri, em Barbalha, responsável por fabricar cachaça, rapadura, açúcar mascavo e melado de cana, além de realizar capacitações para resgatar do cultivo da cana-de-açúcar, passou a trabalhar com o social. Com a pandemia da Covid-19 iniciou a produção de álcool 70% para doação.
A produção começou em abril, em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa e o Laboratório de Química da Universidade Regional do Cariri (URCA), que cedeu o professor Irwin Alencar, como farmacêutico responsável. Até agora, 6 mil litros já foram entregues.
Mesmo com o incêndio, hoje foram retomados o trabalho na área queimada para a brotação de um novo canavial, com previsão para expandir a área em mais três hectares, totalizando 6ha para utilização nos cursos, capacitações e processamento dos produtos da Fábrica Escola.
"Fica o clamor para que o nosso trabalho de desenvolvimento e pesquisa realizado na fábrica escola seja respeitado. Que aja respeito desses profissionais e das instituições que estão contribuindo não só no combate a pandemia do coronavírus mas ao desenvolvimento da sociedade”, conclui. (Diário do Nordeste)
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