O nível de trabalhadores cearenses em idade produtiva que estavam ocupados em julho caiu para 40%. Dos 2,9 milhões de ocupados em julho, 460 mil estavam afastados do serviço, sendo 313 mil por causa do distanciamento social. No Estado, são 388 mil pessoas desocupadas (taxa de 11,7%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Covid19). 

Apesar de a taxa de desocupação também ter apresentado queda, o mercado de trabalho cearense permanece desaquecido. Isso porque o percentual de participação na força de trabalho caiu de 46,6% para 45,3% entre junho e julho, com o aumento dos desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego porque não têm esperanças de que irão encontrar emprego). Segundo o IBGE, mais de 1,1 milhão de desocupados não procuraram trabalho por causa da pandemia, mas gostariam de trabalhar. 

O economista Alex Araújo analisa que um dos aspectos que a pesquisa vem constatando é que a queda da quantidade de pessoas desocupadas acontece em face do crescimento dos desalentados. Ele ainda observa que essas pessoas são derivadas, em especial, do setor de serviços, muito impactado pela crise. 

"A pandemia trouxe um impacto muito grande e a retomada ainda não foi suficiente para que o mercado de trabalho fosse reativado. Então, o percentual de pessoas desocupadas deve continuar em alta nos meses seguintes, de agosto e setembro", afirma. Para ele, a manutenção do auxílio emergencial do Governo é realmente importante para que as famílias mais pobres não sofram com esse desaquecimento do mercado e fiquem desassistidas. 

De acordo com a pesquisa, a realidade financeira das famílias que receberam o auxílio foi impactada positivamente. O rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido em julho foi de R$ 1.271, um aumento de 2,9% em relação aos R$ 1.236 recebidos em junho. No Nordeste, a renda ficou em R$ 899, enquanto no Norte o rendimento foi de R$ 903. 

A renda média domiciliar per capita dos domicílios onde nenhum dos moradores recebia auxílio do governo concedido em função da pandemia era de R$ 1.760, mais de duas vezes superior ao rendimento médio de R$ 797 das famílias contempladas pelo auxílio. 

Cerca de 30,2 milhões de domicílios receberam algum auxílio emergencial relacionado à pandemia no mês de julho, o equivalente a 44,1% do total de domicílios do País. Em junho, 43% dos lares estavam contemplados. O valor médio do benefício - como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda - recebido foi de R$ 896 por domicílio em julho, ante R$ 885 em junho. Na região Norte, 60,6% dos domicílios receberam o auxílio em julho, e no Nordeste, 59,6%.                   (Com agências - O Povo)

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