Considerados um dos principais grupos de risco para a Covid-19, pacientes idosos foram contaminados pelo novo vírus dentro de instituições de longa permanência. No Ceará, foram registrados 60 óbitos de pacientes internados nesses locais, além de 35 mortes suspeitas, até o dia 7 de agosto. 

Os números foram contabilizados no Balanço das Instituições de Longa Permanência Para Idosos (ILPIs), feito através de relatórios do Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (Cedi) e das respostas obtidas nos Formulários de Acompanhamento Semanal de ILPIs. 

Ao todo, o Ceará possui 60 instituições ativas, com 1.710 idosos internos. Destas, 20 estão localizadas em Fortaleza e passam por fiscalização da 15ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, com atribuição na Tutela Coletiva da Pessoa Idosa; as unidades abrigam 643 idosos. Nesse contexto, a Capital registra 52 óbitos - entre confirmados e suspeitos - pela Covid-19 em pacientes internados. 

Segundo o promotor de Justiça Hugo Porto, os dados registrados nas ILPIs seguem a tendência observada no Estado, de forma geral. "A fase aguda veio primeiro em Fortaleza. Aqui, tivemos uma série de circunstâncias. Com a chegada do vírus no Interior, os índices começam a ficar elevados, a gente percebe por uma consequência lógica. Ainda que tenham sido estabelecidos os protocolos, mesmo assim, com o contato com os colaboradores, houve uma maior incidência nas ILPIs do Cariri. Não é diferente do que aconteceu em Fortaleza, foram apenas em momentos distintos". 

Porto, que coordena a área do idoso do Grupo Especial de Combate à Pandemia do Novo Coronavírus do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), conta que foram contabilizados, recentemente, 41 testes positivos para a Covid-19 entre idosos internados em uma unidade de Juazeiro do Norte, o que reforça a tendência da interiorização da doença. 

"Nos surpreendeu porque a gente verificou que estava com ausência de álcool em gel, distanciamento... Fizemos uma serie de orientações. O que a gente espera é que as instituições sigam as dinâmicas de cada região. As taxas de óbitos em instituições de longa permanência de idosos são bem menores do que na população em geral. A mortalidade é bem menor", enfatiza. 

O promotor explica, porém, que na semana do dia 7 de agosto, à qual se referem os dados, 13 instituições no Ceará não atualizaram suas informações. "Nós atualizamos esses dados por um formulário simples no Google Forms. A cada semana, as ILPIs preenchem esse formulário. Porém, se uma instituição não preenche, a gente tem um dado com ausência dessa informação. Por exemplo, se 13 instituições não preencheram, então vamos buscar esses dados na semana anterior". 

Estabilização 
Localizado em Fortaleza, o Lar Torres de Melo está sem casos confirmados e suspeitos de Covid-19, nesta semana, segundo a gerente de saúde do abrigo, Acácia Torres de Melo, 62. "A fase crítica foi no mês de maio. Depois, as coisas começaram a estabilizar. No total, tivemos 19 óbitos, infelizmente, mas desde o dia 20 de junho não registramos mais mortes", informa a gerente. 

A soma dos idosos com suspeita de contaminação, confirmados e recuperados da doença chega a 139 no Lar Torres de Melo. "Estamos mantendo todos os cuidados com o uso de álcool em gel, máscara e ainda a restrição das visitas para manter esse quadro mais estável aqui dentro. Os familiares continuam se comunicando pelas redes sociais, com o apoio da assistência. Estágios de saúde também foram cancelados no local para evitar aglomerações", pontua Acácia.                                   (Diário do Nordeste)

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