Funcionários em greve em Juazeiro do Norte. FOTO: Divulgação
Agências dos Correios paralisaram na manhã desta terça (18), em Juazeiro do Norte, Crato e Iguatu. O movimento faz parte de uma greve nacional, que iniciou no fim da noite de ontem (17). A agência da rua da Conceição – a mais antiga de Juazeiro – , se mantém funcionando. Os servidores da estatal são contra privatização, e reclamam de “negligência com a saúde dos trabalhadores” na pandemia. 

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) diz que não há prazo para o fim da paralisação. 

Em cidades do Cariri, servidores se mantiveram à porta das agências. Cartazes de greve foram expostos durante esta manhã. Um dos funcionários em Juazeiro, que pediu para não ser identificado, disse que há receio de que os trabalhadores percam diretos e sejam demitidos se houver privatização. 

Apenas em Juazeiro, são 60 servidores e servidoras atuando. “A demanda ficou maior, trabalhadoras e trabalhadores morreram durante a pandemia, não estamos querendo aumento, queremos manter nossos direitos que não podem ser chamados de privilégios”, disse o grevista. 

Um dos motivos da greve é também o fim de um acordo coletivo que iria até 31 de julho de 2021. De acordo com texto publicado no site da federação, “Foram retiradas 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras.” 

Trabalhadores paralisados por conta da greve em Crato. FOTO: Divulgação
Outro lado 
Em comunicado, os Correios se pronunciou: 

Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados. 

Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa. 

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional. 

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia. 

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida. 

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.

(Fonte: Site Miséria)

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