O poeta Pedro Bandeira Pereira de Caldas morreu na tarde desta segunda-feira (24), na sua residência no bairro Lagoa Seca em Juazeiro do Norte. No último dia 1º de maio ele completou 82 anos de idade e vinha se tratando de mal de Alzheimer que já o tinha deixado bastante debilitado. Por conta da situação ele até já tinha deixado de apresentar o seu programa semanal na TV Verde Vale. Pedro Bandeira era paraibano nascido no Sítio Riacho da Boa Vista em São José de Piranhas. 

Em Juazeiro foi professor, advogado, cordelista, radialista, vereador, escritor, além do dom da poesia e do repente que trouxe consigo das terras paraibanas. Um verdadeiro conquistador de troféus, medalhas e festivais dos quais participou em diversos lugares do Nordeste. Era filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França e se orgulhava, como sempre dizia, de ser neto por parte da mãe do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento da arte. 

Há dois anos Pedro Bandeira recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura do Ceará, concedido pela Secretaria da Cultura do Estado, que foi uma das grandes honrarias conquistadas dentre muitas outras. O dom da arte começou a brochar em Pedro Bandeira quando ainda era menino. Aos seis anos já fazia versos, e aos 17 anos, tornou-se cantador profissional. Pedro Bandeira era formado em Letras, Teologia e Direito e se tornou bastante conhecido como o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”. 

Ele era casado com Dona Helena Bandeira de cujo enlace matrimonial nasceram duas filhas: Íria Bandeira, advogada e funcionária da Câmara Municipal de Juazeiro, e a médica Analica Bandeira. O querido poeta sempre fez questão de proclamar o seu amor pelo Padre Cícero Romão Batista e a terra por ele fundada que o acolheu, conforme declarava, com as bençãos do sacerdote de quem se dizia devoto e romeiro. Sempre foi muito apreciado e aplaudido por quantos o ouviam.

Os seus improvisos nas várias modalidades da poesia popular tipo mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira e outros mais lhe jorravam da boca aos borbotões. Pedro Bandeira respondia por uma respeitável vida literária extremamente vasta e profunda no que incluiu centenas de cordéis. Como ele mesmo dizia ser homem de dois extremos: “matuto” e “civilizado”.

(Fonte: Site Miséria)

Post a Comment