FOTO: Honório Barbosa
A participação do Cariri no rebanho estadual é de 15,33%, conforme dados do Censo Agropecuário de 2017, repassados por Marcos Góes, professor do Instituto Federal do Ceará, Campus Crato. Como ele cita, os números na região ainda são baixos e possuem potencial para crescer, pois o Cariri é privilegiado em relação ao solo e à água, que favorecem tanto a pecuária como a pecuária leiteira. A produção de leite da região é equivalente a 9,4% de todo leite produzido no Ceará. Enquanto o Cariri inteiro possui 11,78% da representatividade, os municípios de Quixeramobim, Morada Nova e Jaguaretama, juntos, equivalem a 11,12% de vacas ordenhadas no Estado.

O professor, que integra a coordenação do curso de bacharelado em Zootecnia no IFCE, aponta que Mauriti possui o maior rebanho leiteiro do Cariri, com aproximadamente 5.320 vacas ordenhadas e sete milhões de litros por ano. Junto ao Município, Várzea Alegre, Lavras da Mangabeira e Brejo Santo integram o grupo dos maiores produtores de leite. “Em relação à produção, o Ceará teve média de 606 milhões de litros de leite produzidos anualmente”, comenta, ao dizer que os três maiores municípios do Ceará, sozinhos, representam quase 16% da produção estadual – maior que a de todos os municípios do Cariri somados. Ele ressalta que há falta de investimento em mão de obra técnica e que são poucas as fazendas que investem em consultoria de técnicos especializados.

Conforme o professor, entre os anos de 2006 e 2017, o rebanho no Ceará, em termos gerais, apresentou redução, indo de mais de dois milhões de animais para 1,89 milhões. Apesar disso, a produção de leite, nesse intervalo, aumentou 32%. O cálculo se dá pela produtividade, que aumentou 48% - saiu de 1.151 litros de leite por vaca para 1.700 litros de leite/vaca. “Um aumento bem considerável”, afirma. A produtividade leva em consideração a produção de leite dividida pelo número de animais.

Quando levado em consideração este cálculo, Várzea Alegre contabiliza 1.400 litros por vaca ao ano; Mauriti tem cerca de 1.395 litros por vaca ao ano; e Brejo Santo chega a 1.758 litros por vaca ao ano. “Essa é uma característica muito interessante que a gente tem que se debruçar bastante e pensar, tratar estratégias de como a gente pode melhorar esses números na região”, destaca Marcos, ao enfatizar que o Cariri tem potencial de aumentar a produção. “Para isso, é necessário pensar estratégias”, comenta.

IFCE
Entre as ações desenvolvidas pelo IFCE Crato, a antiga Escola Agrotécnica, ele destaca, dentro do segmento leiteiro, o Agri & PEC Cariri, seminário que aconteceu no ano passado e reuniu diferenciados segmentos, incluindo a bovinocultura leiteira. O esperado é que o evento tenha novas edições após a pandemia de covid-19. Em termos de pesquisa, ele cita desenvolver pesquisas buscando alimentos alternativos na nutrição de vacas leiteiras. Já foram feitos ensaios utilizando óleos naturais da região, como pequi e macaúba, na dieta de vacas leiteiras. Também foi feito ensaio da glicerina. Além disso, também já avaliaram a utilização da palma forrageira. “A gente sempre busca estar fazendo essas pesquisas, buscando alimentos alternativos para baratear o custo de produção para o produtor”, pontua.

(Fonte: Jornal do Cariri)

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