Moradora da comunidade de Poço Dantas, em Crato, Rosa Cariri leva sua ancestralidade no nome. O território onde vive não é demarcado. FOTO: Antonio Rodrigues |
Weibe Tapeba, assessor jurídico da Fepoince, avalia que a situação é preocupante e que 13 TIs (52%) estão em situação mais crítica. "Não têm nem sequer segurança jurídica", afirma. "Mas é um número cristalizado, que se arrasta há quase 10 anos. A gente não avança".
No Ceará, cinco territórios já tiveram portaria expedida pela Justiça e aguardam início da demarcação ou retirada de não indígenas; dois já foram delimitados e esperam publicação de Portaria, e três estão com estudo em andamento ou aguardando o início. Os 13 territórios em situação crítica esperam formação de um grupo de trabalho da Funai "para a fase inicial do processo", lamenta Weibe.
Resistência
Em um destes territórios vive o povo Kariri, na comunidade de Poço Dantas, em Crato. São entre 80 a 100 remanescentes que, ao longo de muitos anos, sofreram com a retirada de direitos mas que hoje se autorreconhecem como indígenas. "O perfil da comunidade é parecido com outras reconhecidas pela Funai. Na maioria, são camponeses. O processo de destruição aqui foi mais eficiente que em outras regiões", explica o professor e pesquisador Patrício Melo.
A presidente da Associação Índios Cariri Poço Dantas Umari, a educadora Vanda Cariri, explica que o modo de vida e costumes da comunidade sempre estiveram presentes, e, com a chegada da pesquisadora Rose Kariri, em 1996, a comunidade iniciou o processo de autorreconhecimento.
Com isso, veio uma série de lutas e conquistas. Hoje, o grande desejo dos remanescentes do Poço Dantas é uma escola indígena com metodologia específica. "Boa parte ainda não sabe ler e escrever", detalha Vanda.
(Fonte: Diário do Nordeste)
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