No tempo que ficou paralisado, vegetação começou a tomar conta de maquinário no lote 03. FOTO: Antonio Rodrigues
As obras dos lotes 3 e 4, do Trecho 1 do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que passam por Barbalha, Crato e Nova Olinda, foram retomadas neste mês de setembro. Estas duas etapas estão, respectivamente, com 26,59% e 4,26% de avanço físico e ficaram paralisadas por mais de um ano. A expectativa é que os serviços sejam concluídos até dezembro de 2024. 

Todo o trecho 1, com extensão de 145,3 quilômetros, soma 64,77% e vai da barragem de Jati, no município homônimo, até o Rio Cariús, em Nova Olinda. É através desta obra, que as águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), chegarão ao Açude do Orós, segundo maior reservatório do Estado. 

Dividido em cinco partes, o Trecho 1 está com avanço discriminado da seguinte forma, segundo a Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra): 

Lote 1 - 96%; Lote 2 - 97%; Lote 3 - 26,59%; Lote 4 - 4,26%; Lote 3 (túneis) - 100% 

Apesar da ordem de reinício assinada no início do mês, as últimas semanas serviram para aquisição de equipamentos e contratação de pessoal. Segundo o superintendente da Sohidra, Yuri Castro, mais de 120 equipamentos estão funcionando nos lotes 3 e 4 e mais de 300 pessoas já foram contratadas. “Os serviços iniciarão com terraplanagem, máquina puxando e movendo terra para formar a topografia do canal”, detalha. 

A paralisação das obras, por exemplo, no lote 3, Yuri acredita que não trará grandes prejuízos. 

“O máximo que pode ter ocorrido é alguma erosão de um talude. O que tiver, será corrigido, no lote 3. Já o lote 4, praticamente não tínhamos mexido nada”, detalha. 

Em 2020, até agora, foram disponibilizados recursos financeiros pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) de R$ 161.701.833,22. O valor foi suficiente para efetivar os pagamentos correspondentes de todas as dívidas, proporcionando um saldo de caixa para conclusão das obras dos Lotes 01, 02 e reiniciar as obras dos Lotes 03 e 04 do CAC, com previsão de mais recursos para o ano em curso. “Ainda tem garantia de tocar até o próximo ano”, detalha Yuri. 

Eixo emergencial 
Enquanto isso, o chamado ‘eixo emergencial’, que transportará água do ‘Velho Chico’ até o Açude Castanhão se mantém em fase de testes. Hoje, o recurso hídrico já alcançou 40,15 km do total de 53 km  que serão percorridos da barragem de Jati até o Riacho Seco, em Missão Velha. 

De lá, a água seguirá o fluxo pelo rio Batateira, que forma o Rio Salgado, principal afluente do rio Jaguaribe. Deste último, por seu fluxo natural, dará aporte ao maior reservatório do Estado e garantindo a segurança hídrica de Fortaleza. 

A média da calha d’água no canal, até agora, é de 1,60m, mas em alguns trechos chega a 1,88m. “Até meados de outubro, deverá percorrer todo eixo emergencial”, acredita Yuri. No entanto, a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) realizou um estudo que indica a liberação deste montante hídrico apenas no primeiro semestre do ano que vem, no período chuvoso, onde a eficiência da condução da água é menor. 

“Se enviasse agora, teria muita perda por infiltração, evaporação e própria retirada das pessoas”, completa o superintendente.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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