O novo coronavírus avançou pelo território caririense e, em pouco tempo, todas as 29 cidades tinham casos registrados da covid-19, doença causada pelo vírus Sars-CoV-2. Entretanto, mais de cinco meses depois de o primeiro caso ser registrado na região, no dia 19 de março em Juazeiro do Norte, apenas três municípios caririenses não têm óbitos em decorrência da covid-19: Altaneira, Antonina do Norte e Granjeiro, que têm em comum a população inferior a 10 mil pessoas e estrutura em saúde insuficiente para casos graves. Atualmente, as três cidades contabilizam, juntas, 93 casos confirmados, 49 em investigação e 76 pacientes já recuperados. 

Para secretários de Saúde dos três municípios, a inexistência de óbitos se deve às ações de enfrentamento ao coronavírus que são desenvolvidas pela pasta. O primeiro caso da covid-19 em Antonina do Norte foi confirmado em 30 de abril. O Município investe em ações como barreiras sanitárias, orientações à população por meio de carro de som e outros canais de publicidade, além de visitas domiciliares como principais ações de prevenção. A cidade tem 7,3 mil habitantes e, em termos de estrutura, possui uma unidade mista para atender aos pacientes. O secretário de Saúde, Gilberto Rodrigues, esclarece que os pacientes graves de Antonina do Norte são encaminhados para unidades de referência, como o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte. 

Segundo Marcos André Pereira, secretário da Saúde de Granjeiro, um dos fatores que contribuem para a inexistência de mortes pela covid-19 é o aumento da testagem na população mediante exames feitos em barreiras sanitárias. “Rastreando precocemente os pacientes doentes e, assim, podendo fazer um acompanhamento mais cuidadoso”, argumenta, acrescentando que o Município segue protocolos da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade Brasileira de Infectologia. Granjeiro foi a última cidade do Ceará a ter confirmação da doença e soma, hoje, 52 pessoas infectadas, das quais 50 já se recuperaram. 

Marcos André também detalha que, mesmo com a reabertura dos setores produtivos, ainda há um decreto municipal que proíbe funcionamentos de bares e locais propícios à aglomeração. Além de iniciativas igualmente adotadas por muitos municípios caririenses, como a definição de espaços específicos para atendimentos aos pacientes suspeitos, triagem de temperatura e pulverização de espaços públicos, a gestão também reduziu os atendimentos eletivos de odontologia e fisioterapia, como forma de proteger pacientes e profissionais. Também segue treinando profissionais e acompanhando os pacientes confirmados, de maneira rigorosa. 

O mais importante é o acompanhamento dos pacientes confirmados, feito de maneira remota e presencial. Isso permite uma antecipação de quando o prognóstico será ruim, melhorando, assim, a terapêutica ou encaminhando o paciente a outros serviços de referência mais precocemente”, considera Marcos André. Mesmo sem óbitos, o secretário reconhece a limitação de Granjeiro, menor cidade do Ceará, para atendimento a pacientes em estado grave. “Nossa cidade não possui respiradores nem UTI, então os pacientes quando estão entrando em estado crítico, são prontamente transferidos para cidades de maior suporte, como Várzea Alegre ou Juazeiro do Norte”, conclui.

(Fonte: Jornal do Cariri)

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