FOTO: Kid Júnior

Impedidos de funcionar desde o primeiro decreto de isolamento social, publicado em março deste ano, devido à pandemia de Covid-19, os bares de todo o Ceará seguem por pelo menos mais uma semana nesta condição. O agravamento da situação já ocasionou o fechamento de cerca de 4 mil estabelecimentos e a perda de pelo menos 30 mil empregos, segundo contabiliza a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE).

O presidente da entidade, Rodolphe Trindade, explica que diante da impossibilidade de funcionamento presencial, muitos bares "estão utilizando o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) de restaurante e estão abrindo, transformando o cardápio e se adaptando". 

"É uma pena não poder reabrir. O setor já está abrindo. É como se o bar não tivesse a capacidade de se adaptar", lamenta o presidente da Abrasel-CE, criticando a ocorrência de outros eventos que têm gerado aglomerações no Estado, a exemplo dos acontecimentos ligados às eleições municipais. "Todos estão no meio da rua, aglomerando, e tudo que o nosso setor faz é de maneira segura", diz. 

Apesar das tentativas de comunicação com o poder público, segundo a Abrasel-CE, não houve qualquer retorno. "Até agora nós estamos no limbo. Mandamos vários recados, enviamos ofício e não tivemos resposta. Isso está fazendo mal aos trabalhadores do nosso Estado", afirma Rodolphe Trindade. 

A decisão do governo é motivo de protestos pelo setor, principalmente após a liberação de pequenos eventos, barracas de praia e restaurantes para funcionamento até a noite, com shows de humor e musicais. No entanto, a pressão não tem surtido efeito. 

Restrições 
O último decreto trouxe novidades: a recomendação de restrições mais rígidas para algumas cidades do interior. A recomendação vale para os municípios de Crateús, Icó, Russas, Juazeiro do Norte e Tauá, que devem adotar maior rigidez nas medidas de isolamento social contra o avanço do coronavírus. 

Esses municípios citados não poderão, de acordo com o decreto estadual, adotar medidas de isolamento social menos restritivas do que as estabelecidas no decreto e liberar outras atividades econômicas e comportamentais diferentes das autorizadas nas respectivas localidades. 

O documento detalha ainda que esses municípios podem adotar outras medidas ainda mais rigorosas do que as previstas do decreto estadual, por meio de ato normativo.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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