Uma gata de Cuiabá, no Mato Grosso, é o primeiro caso do novo coronavírus confirmado em animal de estimação no Brasil. Ela não tem sintomas da Covid-19 e contraiu o vírus de seus donos, em outubro. As informações são do jornal O Globo. Não há registros de transmissão de animais a humanos.

De acordo com Valéria Dutra, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e responsável pela pesquisa, o animal foi diagnosticado pelo exame molecurar de PCR. Os tutores da gata estavam em isolamento em casa, após serem infectados em uma festa familiar. 

O casal teve sintomas da Covid-19 e a filha permaneceu assintomática, assim como a gata. Um segundo gato e um cachorro de pessoas que também foram à festa também testaram positivo, mas como a carga viral é baixa, os casos permanecem inconclusivos, explica Dutra. 

Os pesquisadores ainda investigam a hipótese de os animais transmitirem o vírus para humanos e outros bichos, o que aumentaria os meios de contaminação. 

Há menos de vinte casos do novo coronavírus em cães e gatos comprovadamente infectados em todo o mundo. Na China, um estudo em laboratório demonstrou que gatos podem transmitir a infecção para outros felinos. Mas não se sabe se a contaminação é fácil. 

O primeiro caso cientificamente relatado é o de um cachorro lulu da Pomerânia de Hong Kong, de 26 de fevereiro. Até o momento, a maioria dos animais é assintomática ou apresenta sintomas leves. 

A recomendação é que pacientes infectados se mantenham isolados também de seus animais. 

Transmissão 
A pesquisadora Valéria Dutra relata que identificou o animal infectado pois sempre perguntava aos pacientes de Covid-19 que atendia se tinham animais domésticos e se aceitariam que os bichos realizassem testes. 

Os tutores da gata foram a uma festa familiar onde uma única pessoa com o novo coronavírus contagiou outras seis, segundo Dutra. As pessoas relataram que só tiraram a máscara para comer e beber, mas ainda sim houve transmissão. 

As amostras colhidas do animal foram enviadas para análise diagnóstica no Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e para outro grupo de Belo Horizonte. Também serão realizados exames de anticorpos. 

"Minha preocupação é que os animais infectados levem o coronavírus para mais animais e pessoas. No caso do gato é ainda mais complexo do que no do cão porque gatos que moram em casas muitas vezes saem de seu domicílio livremente", afirmou a professora.                           (Fonte: Diário do Nordeste)

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