Plantação de banana em Barbalha. FOTO: Antônio Rodrigues

Como a coluna do jornalista Egídio Serpa do Diário do Nordeste já revelou na semana passada, o Ceará, que produzia, até o ano passado (2019), 18 mil toneladas de banana, produz agora só 12 mil toneladas. Mas o que está ruim pode piorar. 

Em janeiro, segundo as previsões da ciência, voltarão as chuvas, e tudo de que gosta a saratoka amarela – a praga que dizima os bananeirais em todos os países produtores – é umidade. 

Como a pulverização aérea sobre as áreas agrícolas está, desde dezembro de 2018, proibida em toda a geografia cearense, a atividade empresarial da bananicultura poderá ser ferida de morte se a Lei que instituiu essa proibição não for revogada pelo próprio Legislativo, que a aprovou, ou pelo Poder Judiciário, que poderá considera-la inconstitucional. 

O Ceará é o único estado que interdita a pulverização aérea – medida adotada por clara motivação ideológica, contra a livre iniciativa, segundo divulgou a coluna. 

Ao proibir o uso da aviação agrícola para combater a praga da sigatoka amarela, o Legislativo e o Executivo, que sancionou a Lei, causaram grave prejuízo às pequenas e grandes empresas que produzem (e exportam) banana na Chapada do Apodi e no Cariri, várias das quais demitiram centenas de trabalhadores porque os custos de produção mais do que duplicaram. 

Tem mais: obrigadas a usar até 10 vezes mais calda de agrotóxico para fazer a pulverização das folhas de seu bananeiral, as empresas acabam provocando, protegidos pela Lei, prejuízos também ao meio ambiente. 

Com a umidade causada pela chuva do próximo inverno, a sigatoka terá todas as condições propícias à destruição de boa parte das áreas plantadas de banana, como aconteceu na estação chuvosa deste ano. 

A aviação agrícola brasileira é a maior do mundo e dispõe de tecnologia de ponta para executar sua tarefa de combater as pragas das lavouras – como o faz, normalmente, no Sul, no Sudeste e no Centro Oeste. 

Vale lembrar novamente: na Costa Rica e no Equador, grandes produtores mundiais de banana, que são consumidas pelos exigentes mercados da Europa e dos EUA, fazem-se até duas pulverizações aéreas por semana; no Ceará, quando isso era permitido, só duas por ano.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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