FOTO: Antonio Rodrigues

A morte de Benigna Cardoso da Silva, a mártir Benigna, de Santana do Cariri, completou 79 anos neste sábado (24). Neste ano, a romaria em memória, havia expectativa de recorde de público, já que sua cerimônia de beatificação havia sido confirmada pelo Vaticano e aconteceria no o último dia 21, mas foi cancelada devido à pandemia da covid-19. Em memória desta data, a Paróquia de Senhora Sant’Ana realizou celebrações ao longo do dia. Uma missa às 19h, ministrada pelo bispo da Diocese de Crato, Dom Gilberto Pastana, encerra o evento. 

Com o tema “A caminho da beatificação, testemunhando a fé de Benigna, fortaleçamos a Igreja doméstica”, a 17ª romaria, a primeira em formato virtual, foi realizada de 15 a 24 de outubro com celebrações de público restrito. A tradicional caminhada do bairro Inhumas, onde a menina foi assassinada, até a Paróquia de Senhora Sant’Ana, onde está sepultada, foi cancelada. Ano passado, o evento recebeu cerca de 30 mil pessoas, apenas no dia de sua morte. 

Para evitar aglomerações, todas as comunidades que formam a Paróquia celebrarão a Romaria com um tríduo e com celebração no dia 24, simultaneamente com a Matriz. Toda programação será transmitida pelas redes sociais da Paróquia de Senhora Sant’Ana, pela TV Catedral da Sé, de Crato e TV Web Mãe das Dores, de Juazeiro do Norte.  “A romaria foi celebrada obedecendo as normas sanitárias dos órgãos de saúde, com número limitado de fieis nas celebrações”, ressaltou o padre Paulo Lemos. 

Beatificação
Natural de Santana do Cariri, Benigna foi brutalmente assassinada aos 13 anos de idade, em 24 de outubro de 1941, a golpe de facas por seu vizinho, outro adolescente que a assediava e que tentou forçá-la a ter relações sexuais com ele. Aclamada como “Heroína da Castidade”, ela se tornará a primeira beata cearense. 

Sua beatificação seria celebrada no dia 21 de outubro, presidida pelo cardeal Giovanni Angelo Cardeal Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, que representaria o Papa Francisco. É provável que sua vinda seja mantida, mas para o ano de 2021. “Não temos ainda uma nova data, mas não será este ano. Estamos aguardando o Vaticano. Vamos esperar manifestar”, antecipou padre Paulo Lemos. 

O processo 
A Diocese de Crato abriu o processo de Benigna em 2011 e, dois anos depois, foi aceito pelo Vaticano. Após ser aprovado, ela foi aclamada “Serva de Deus”, após apresentar as virtudes necessária, foi proclamado “Venerável”.  Já a beatificação, é primeiro passo para a canonização, onde a Igreja reconhece oficialmente a fama e o testemunho de santidade de alguém que viveu e morreu heroicamente, marcado pelas virtudes cristãs. 

Na fase inicial, os teólogos investigaram as virtudes e as circunstâncias da morte. A comprovação de um milagre, critério necessário para tonar-se beato, é dispensado em caso de martírio. No caso da menina, que foi assassinada por um adolescente que assediava, os populares acreditam que “ela deu a vida para não cometer pecado”. 

Além da extensa documentação que a equipe diocesana entrou na Sede da Igreja Católica, o Vaticano solicitou, em 2016, depoimentos de pessoas que viveram entre as décadas de 1940 a 1980, relatando graças alcançadas e sobre a consciência popular do martírio de Benigna. Com a aprovação da Comissão dos Teólogos, a fase mais longa do processo, restou aos bispos discutirem a aprovação da beatificação da menina para, em seguida, encaminhar para o Papa.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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