Mostrando uma tendência de recuperação, a atividade econômica no Ceará apresentou um crescimento de 10,64% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano. No Nordeste, o avanço foi de 4,76%, na mesma comparação. O terceiro trimestre (julho, agosto e setembro) coincide com os primeiros meses após a reabertura gradual da economia do Estado, enquanto o segundo trimestre (abril, maio e junho) mostra o resultado referente ao período de maior restrição às atividades econômicas.

Na comparação entre o terceiro trimestre de 2019 com o de 2020, o Ceará apresentou um avanço de 0,55%, e o Nordeste uma queda de 1,87%. Os dados são do Índice de Atividade Econômica do Banco Central no Ceará (IBCR-CE), divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central. O índice é considerado uma prévia do resultado do Produto Interno Bruto (PIB). “O diferencial do Ceará sobre o Nordeste reside, sobretudo, no plano de retomada gradativa da atividade econômica”, diz o economista Ricardo Eleutério, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE). “E, no terceiro trimestre, isso foi somado aos investimentos públicos e ao investimento privado, interno e externo que o Estado vem recebendo”.

Desempenho mensal
Na passagem de agosto para setembro, quando boa parte dos segmentos da indústria e comércio já estava em funcionamento, o indicador ficou praticamente estável no Estado, com alta de 0,05%, enquanto no Nordeste o avanço foi de 1,02%. Entretanto, na comparação entre setembro de 2020 e setembro de 2019, a atividade no Estado apresentou um avanço de 2,03%, enquanto no Nordeste houve retração de 0,29%. “Na comparação com setembro de 2019, o Ceará apresentou um crescimento bem superior ao do Nordeste, resultado de grande destaque, mostrando que o ritmo de atividade econômica do Ceará está superior ao mês de setembro de 2019, período em que não existiam os efeitos negativos de uma pandemia”, diz Nicolino Trompieri Neto, coordenador de contas regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Trompieri destaca ainda o impacto positivo para o Estado do auxílio emergencial dado às famílias de baixa renda e aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, que gerou um aumento dos consumos de alimentos e serviços essenciais.

Acumulado do ano
Mesmo com o resultado de setembro, a atividade econômica no Ceará apresenta uma queda de 2,63%, de janeiro a setembro, de 1,19% no acumulado de 12 meses. No Nordeste, a atividade recuou, 2,88% no ano e 1,82% nos últimos 12 meses. Para o economista Allisson Martins, professor de economia da Unifor, o resultado mostra uma tendência de recuperação mais rápida da economia cearense. 

“Quando a gente vê as variáveis econômicas na forma anual e dos últimos 12 meses, há uma sinalização de recuperação mais rápida do que a da região”, diz Martins. “Mas, apesar dessa forte melhora no terceiro trimestre, infelizmente nós não vamos conseguir virar o jogo, fechando o ano no positivo. Para 2021, no entanto, toda essa energia gerada será um combustível para que a gente possa retomar o nosso nível de atividade econômica, recuperando emprego e renda”, diz.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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