FOTO: Antônio Rodrigues

O último mês de outubro, que marcou o início do período de campanhas eleitorais, apresentou um salto de 51,61% no número de acidentes de trânsito em relação a setembro, em Juazeiro do Norte. Foram registradas 47 ocorrências no mês passado, enquanto no período anterior foram 31 casos, aumento de 16, segundo o Departamento Municipal de Trânsito (Demutran). 

O diretor do Demutran, Pedro Cipriano, acredita que o crescimento se deu naturalmente, na medida que a terra do Padre Cícero avançou no Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e, em outubro, culminando com as eleições. “Muita gente voltou para as ruas com um impacto menor da pandemia”, acredita. 

Apesar do crescimento, o número de acidentes em outubro de 2020 ainda está abaixo ao mesmo período de 2019: 47 contra 63 ocorrências, que representa queda de 25,40%. “Temos conseguido reduzir em todos os meses o número de acidentes comparado ao ano passado, focando na fiscalização e na melhoria das vias”, completa Cipriano. 

Maior município do interior do Ceará, Juazeiro do Norte, que possui cerca de 274 mil habitantes, registra a segunda maior frota de veículos do Estado com 128.810 veículos, atrás apenas de Fortaleza. Durante a pandemia, registrou uma redução de 70% no fluxo de veículos e, consequentemente, a queda nos acidentes de trânsito, apostando também na interdição das principais vias comerciais da cidade. Se comparado os nove primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2019, a queda é de 44,02%, sendo 234 ocorrências em 2020 e 418 registros ano passado. 

Doutor em Engenharia Civil e pesquisador da área de Transportes, o professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Ary Ferreira da Silva, acredita que no ‘lockdown’ parte da população também evitou viajar e se descolar, mas na medida que os protocolos foram liberando, as pessoas começaram a se mobilizar. “Por isso, começou a aumentar. Com a liberação de alguns setores, começa a fazer mais viagem e, naturalmente, a quantidade de acidente aumentou muito. Hoje, praticamente, o fluxo está normal”, ressalta. 

Outro aspecto que agrava a quantidade de veículos nas ruas, observa o professor, é que muitas pessoas ainda estão evitando utilizar o transporte público, com medo de se expor a uma possível contaminação pelo coronarívus. “A tendência é sair de casa em seu carro, sua moto”, pontua Ary. 

Por outro lado, o engenheiro acredita que a situação poderia ser ainda pior, casos as instituições de ensino também estivessem funcionando. “Isso ainda aumentaria o fluxo diário de carro, de ônibus. Para isso, vê-se que precisa de uma fiscalização maior”, sugere. 

Preocupação 
O Hospital Regional do Cariri (HRC), que é referência em atendimentos de ortopedia de emergência, também apresenta crescimento gradual nos registros a partir da retomada das atividades econômicas. Em abril, foram 204 ocorrências, mas a partir do mês seguinte houve uma queda constante: maio (173), junho (166), julho (164). Já em agosto (190) e, por último, setembro (229), voltou a subir, dando novos sinais de preocupação. Outubro ainda não foi contabilizado.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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