Apontado como um dos homens mais procurados do Reino Unido, o britânico James Joseph White foi condenado a cinco anos de prisão por uso de documento falso no Ceará. A decisão proferida foi no último dia 18 de dezembro, na 11ª Vara da Justiça Federal do Ceará, quase seis meses após James ser preso em um apartamento de luxo, no bairro Meireles, em Fortaleza.

White integrava a lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol. Conforme a decisão, há prova incontestável de que o réu utilizava documento falso e residia no Ceará se passando por Vincent McCall, de origem surinamesa, com intuito de não ser descoberto pelas autoridades. 

Quando localizado, segundo apuração, James chegou a apresentar o documento falso aos policiais federais que cumpriam mandado de prisão preventiva. No entanto, os agentes não foram enganados porque conheciam a face do procurado. "O réu, apesar de não conseguir ludibriar os agentes policiais devido aos seus conhecimentos técnicos e as informações recebidas do STF, conseguiu ludibriar várias outras pessoas", conforme a Justiça Federal. 

Na decisão foi ressaltado que pelo condenado ser membro de organização criminosa internacional, estar foragido da Justiça do seu país e ser acusado por uma série de crimes - como tráfico de drogas, sequestro, lavagem de dinheiro, homicídio, tráfico de armas e explosivos e formação de quadrilha -, ele é um "elemento perigoso" que precisa ficar recluso. 

Defesa 
A defesa do britânico, representada pelo advogado Túlio Magno, interpôs recurso apelando da sentença. Conforme tese da defesa, o crime pelo qual James foi condenado é impossível "uma vez que os policiais federais, por ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão e mandado de prisão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal já detinham o prévio e cabal conhecimento de quem se tratava a pessoa de James Joseph White, seja pelos vastos documentos enviados pelo STF nos autos do pedido de busca, apreensão e prisão para extradição, seja pelas várias fotografias por eles analisadas antes da operação; e pelas campanas policiais realizadas por dias a fio". 

O advogado acrescentou que seu cliente ficou "irresignado e inconformado" por ter sido condenado à, segundo ele, "exasperada e rigorosíssima pena de cinco anos de reclusão". "A defesa considera evidente a ausência de potencialidade lesiva, pela impossibilidade de consumação do delito, em exemplo claro de crime impossível por ineficácia do meio", disse o advogado. 

James Joseph White permanece preso na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (CPPL VII), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). No Supremo Tribunal Federal (STF), consta em aberto a extradição do estrangeiro, a pedido do Governo do Reino Unido. 

Perigoso 
O britânico é apontado como membro da maior e mais rica quadrilha de tráfico de drogas e de armas de fogo fundada na Escócia. Os líderes do esquema criminoso são, segundo as autoridades, os irmãos James e Barry Gillespie. Existia expectativa de que os irmãos estivessem juntos com James White, levando uma vida luxuosa e lavando dinheiro em Fortaleza. Semanas após a captura do britânico, agentes da Interpol permaneciam no Ceará em busca de deter a dupla, mas os dois seguem foragidos.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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