FOTO: Camila Lima


A pandemia da Covid-19 gerou um impacto considerável no número de mortes naturais registradas no Ceará, em 2020. Para todo o ano, eram esperados 34.358 óbitos, mas foram registrados 49.659 até o dia 21 de novembro, de acordo com painel informativo mais atualizado do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Os 15.301 óbitos a mais representam uma taxa de "excesso de mortalidade" de 45%. O mês de maio, pico da pandemia no Estado, teve o maior aumento da série anual. Só na semana epidemiológica 21, que compreende os dias 17 a 23 daquele mês, o incremento de óbitos foi de 154%: eram esperados 996 mortes, mas foram verificadas 2.529. 

Na curva do informativo, percebe-se maior crescimento a partir da semana epidemiológica 13, que abrange o período de 22 a 28 de março. As primeiras mortes no Ceará causada pelo Sars-Cov-2 foram verificadas pela Secretaria da Saúde no dia 24 de março. 

Segundo o Conass, foram considerados somente registros de mortes naturais, sem incluir óbitos por causas externas, como acidentes ou violência. Para o painel, foi revista a série histórica de óbitos entre 2015 e 2019, com dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). 

“O número de mortes de causas naturais no Brasil tradicionalmente sofre uma pequena elevação todos os anos, em virtude do envelhecimento da população”, informa.

Neste ano, os óbitos observados tiveram como fonte os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, da Central de Informações do Registro Civil (CRC). Para o Conselho, a infecção pelo Sars-CoV-2 não é necessariamente a causa direta do excesso de mortalidade, mas pode ser um reflexo indireto da epidemia. 

"Mortes provocadas, por exemplo, pela sobrecarga nos serviços de saúde, pela interrupção de tratamento de doenças crônicas ou pela resistência de pacientes em buscar assistência à saúde, pelo medo de se infectar pelo novo coronavírus", explica. 

Impacto 
Considerando todos os óbitos registrados em 2020, incluindo os violentos, o Ceará já atingiu a marca de 54.881 vidas perdidas, de acordo com levantamento do Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). Em 2019, foram 42.256 mortes. No ano anterior, 41.221. 

Na avaliação do secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, o Estado viveu uma pandemia “de grande intensidade”. “O Ceará atingiu pico entre maio e junho. Em agosto, o número era menor. Isso foi diferente de Fortaleza para o interior do Estado. Vemos estados agora em que os números de casos e óbitos estão maiores do que no início. Como isso vai evoluir no Ceará depende de vários fatores”, observa. 

Até às 10h52 desta quinta-feira (31), o Estado registrou 9.990 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, conforme a plataforma IntegraSUS. Fortaleza é a cidade com maior número: foram 4.153 óbitos no mesmo período.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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