Foto: R1’s da UBS Fábio Pinheiro, bairro Seminário

Residentes multiprofissionais em Saúde Coletiva da Universidade Regional do Cariri (Urca) fizeram, nesta quarta-feira (20), uma carta manifesto reivindicando a inclusão da categoria na 1ª etapa da campanha de vacinação contra a covid-19. 

De acordo com os residentes, eles estão desde o início da pandemia trabalhando em todas as ações de enfrentamento da Estratégia Saúde da Família (ESF), muitas vezes atuando na linha de frente e em contato direto com pacientes infectados, mas não foram inseridos no plano de vacinação. 

Em nota, a Secretaria de Saúde do Crato reconhece a legitimidade da reivindicação dos residentes e afirma que não houve negativa à solicitação. “O município do Crato recebeu, no último dia 19, apenas 34% de doses que contemplam os profissionais da saúde e foram priorizados, nesse primeiro momento, os profissionais que atuam na linha de frente de combate à COVID-19, dos serviços assistenciais à saúde. A Secretaria foi surpreendida com a manifestação e já pautou com a Reitoria e a própria coordenação da Residência a importância das relações institucionais, pautadas no diálogo e comunicação efetiva. Vale reforçar que é desejo da gestão municipal vacinar a todos, sem distinção, no menor tempo possível. Portanto, na medida que o município receber as novas doses seguirá avançando na imunização dos cratenses”, versa a nota. 

Veja a nota dos residentes na integra: 

MANIFESTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE RESIDENTES EM SAÚDE COLETIVA ATUANTES NO MUNICÍPIO DO CRATO 

Nós, profissionais de saúde, Residentes em Saúde Coletiva pela Universidade Regional do Cariri - URCA, que temos como cenário de prática desde o dia 16 de março de 2020 a Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Crato, viemos por meio deste, manifestar nossa indignação com a não inclusão dos profissionais residentes na primeira etapa da primeira fase de vacinação contra a COVID-19, na qual estão inclusos os profissionais da ESF e nós não fomos contemplados, não fomos incluídos na contagem, sendo que somos cadastrados no CNES das ESFs e atuamos nelas como profissionais nos eixos de Vigilância em Saúde e Atenção Primária à Saúde. 

Valendo-se ressaltar que existe um termo de compromisso entre o município e a URCA, e através da portaria nº 3.150 de 18 de dezembro de 2019 do Previne Brasil, o município tem a possibilidade de receber um incentivo financeiro para custeio de equipes de saúde integradas a programas de Residência em Área Profissional da Saúde. Estamos desde o início da pandemia trabalhando em todas as ações de enfrentamento da ESF, muitas vezes estando a frente das mesmas e em contato direto com pacientes infectados, exemplo: elaboração de plano de contingência da disseminação do vírus na UBS, elaboração de plano operacional para estratificação de grau de vulnerabilidade familiar a COVID-19, participação na realização de testes rápidos, notificação e monitoramento dos casos suspeitos e positivos. 

Então, nos indigna o fato de não sermos contabilizados como profissionais da ESF, pois estamos atuando nela, não nos esquivamos de nossas atividades e temos prestado serviço de qualidade, inclusive muito elogiado e reconhecido pelos pacientes das ESF às quais atuamos. Então por quais razões não fomos inclusos como profissionais das ESF se é nela que atuamos? Sabemos que as doses são poucas e que não dá para cobrir todos os profissionais da saúde, mas por que não desenvolver um esquema que pudesse nos incluir já que estamos na linha de frente? Não entendemos o fato de estar na linha de frente e na hora da vacinação os profissionais com quem trabalhamos lado a lado são contemplados e nós não.

(Colaborou Carlos Gabriel / Fonte: Jornal do Cariri)

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