O secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, afirmou, em transmissão ao vivo por meio das redes sociais, que o cenário epidemiológico da Covid-19 no estado "começa a se assemelhar ao que vivemos em abril e maio do ano passado". Os meses concentraram o maior número de casos e óbitos pela doença e foram considerados como pico da pandemia no Ceará. 

A nível de comparação o titular da Secretaria afirmou, porém, que, naquele período, a letalidade da doença era de 9%, maior nível atingido em maio. Atualmente, conforme Cabeto, o Ceará está próximo de 1,2%. 

"Esse novo momento, principalmente as últimas semanas, mostram recrudescimento desses números, graças a Deus, com muito menor letalidade do que maio", disse o secretário. 

67 esperam leitos de UTI
O secretário da saúde ainda afirmou que, nesta sexta-feira (19), há 67 pessoas no Ceará sendo atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) precisando de leitos de UTI por complicações da Covid-19. Isso, conforme Cabeto, ocorre mesmo com a ampliação dessas unidades de atenção, as quais já têm mais 640, em comparação a setembro do ano passado - quando houve a menor taxa de infecção no Ceará. 

A meta da Secretaria é atingir 800 leitos de UTI no fim do mês de março e mil deles, no início de abril. Ele pontuou também que a expectativa é que os atendimentos por Síndrome Gripal, com suspeita de Covid-19, nas UPAs de Fortaleza atinjam o maior patamar já registrado, cerca de 20 mil, agora em fevereiro. 

Menos vacinas no Ceará 
O secretário ressaltou, na transmissão ao vivo, que o Ceará, assim como os demais estados brasileiros, deverão receber menos vacinas contra a Covid-19 até o fim deste mês. 

"Vamos receber até o fim de fevereiro os dois milhões de doses para o Brasil da vacina da AstraZeneca e houve uma redução das vacinas do Butantan. Infelizmente aquela previsão dos oito milhões baixou para 2,7 milhões. Pra isso, é preciso ainda mais responsabilidade, até que nós possamos vacinar 100% das pessoas acima de 60 anos. São os mais vulneráveis, os que mais sofrem, os que mais vão pra UTI." 

Segundo o Ministério da Saúde, o Butantan vai enviar apenas 2,7 milhões de doses neste mês, o que corresponde a 30% do total previsto para fevereiro. O Butantan rebateu o governo federal e disse que é “o Ministério da Saúde omite a briga com a China" e "ignora fatos” ao atribuir o atraso ao instituto. 

Cabeto também lembrou a necessidade de seguir o novo decreto publicado a fim de que haja maior isolamento social no Ceará. Isso porque, conforme ele, também é preciso considerar o efeito das vacinas frente às mutações já identificadas. No Ceará, três casos da variante identificada em Manaus foram confirmados no início de fevereiro. Atualmente, conforme a Secretaria da Saúde, 107 pacientes são monitorados por suspeita dessa variante. 

Segundo ele, há muitas dúvidas sobre essas mutações, bem como o potencial de contágio e as gravidades provocadas por elas. Contudo, "é possível, sim, que algumas dessas mutações interfiram principalmente na resposta das vacinas. Por esse motivo, é preciso maior isolamento", ponderou. 

Novo decreto 
Por causa da alta de casos de Covid-19, O governador do Ceará Camilo Santana (PT) anunciou, na quarta-feira (18), a adoção de toque de recolher entre 22h e 5h entre os dias 18 a 28 de fevereiro, com exceção das atividades essenciais.

(Fonte: G1 CE)

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