Taxa de ocupação dos leitos UTI-Covid no Ceará ultrapassa a marca dos 90%. FOTO: Helene Santos

O risco de transmissão da Covid-19 nas cidades cearenses se agravou quando comparado o intervalo entre o fim de fevereiro e início deste mês. Apenas três municípios estão na classificação de nível alerta “moderado” e somente um foi classificado com risco “novo normal”. Para os outros 180 municípios, isto é, 97,8%, a classificação de risco é “alta” ou “altíssima”.

Somente no nível de alerta “altíssimo” estão 134 das 184 cidades, o que representa 72,8% de todo o território cearense. Os dados são do IntegraSus, plataforma oficial da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e dizem respeito às semanas epidemiológicas 8 e 9, referentes aos dias 21 de fevereiro a 06 der março.

No intervalo anterior (entre os dias 14 a 27 de fevereiro) eram cinco cidades na classificação “moderado”, 78 no nível “alto” e 101 no “altíssimo”. Observando apenas o estágio mais crítico (nível 4/altíssimo) a piora foi de 36,7%.

Municípios com nível “moderado” de alerta para transmissão

Alto Santo;
Pereiro;
Ererê;
Município com nível “novo normal” de alerta para transmissão

São João do Jaguaribe
Estes números quando comparados a semana epidemiológica anterior (dias 7 a 20 de fevereiro) indicam forte piora no cenário pandêmico do Estado. Há sete dias, 18 municípios estavam no nível “moderado”, 91 no nível “alto” e outros 75 no “altíssimo”. Agora, o número se inverteu. São 101 no nível “altíssimo” e 78 no “alto”.

As cinco cidades cearenses (Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Caucaia e Maracanaú) com maior concentração de casos da Covid-19 estão na classificação de nível “altíssimo” para transmissão. Apenas Fortaleza e Sobral decretaram lockdown. Juntos, os cinco municípios respondem por quase 187 mil casos, o que representa 41,5% dos infectados de todo o Estado.

Cenário da Covid-19 se agrava no Ceará

Novo normal saiu de zero para 1
Moderado caiu de 5 para 3
Alto passou de 78 para 47
Altíssimo subiu de 101 para 134 – aumento de 36,7%
A incidência de casos da Covid-19 por dia para cada 100 mil habitantes acumula sucessivas altas. Nas semanas 6 e 7 era de 140,6, depois passou para 162,3 (semanas 7 e 8) e agora está em 243,8, com tendência crescente. A taxa de letalidade igualmente externa a criticidade do atual momento do Estado. Entre os dias 7 a 20 de fevereiro era de 1,3% com tendência de estabilidade, subiu para 2% (entre 14 e 27 de fevereiro) e agora atingiu a marca de 2,4%, com projeção de alta.

A taxa de positividade em testes RT-PCR é outra que apresenta aumento. Era de 29,8%, teve sensível queda para 29,3%, mas agora voltou a subir, alcançando a marca de 33,2%. No entanto, neste quesito, a tendência é de queda. O percentual de ocupação nos leitos UTI-Covid passou de 89,5% para 90,7%, embora apresente tendência decrescente, segundo o IntegraSus.

Entenda as classificações

NOVO NORMAL – taxa de ocupação dos leitos menor que 70%; taxa de letalidade menor que 1; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 menor que 25%.
MODERADO – taxa de ocupação dos leitos entre 70% e 80%; taxa de letalidade entre 1 e 2; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 entre 25% e 49,9%.
ALTO – taxa de ocupação dos leitos entre 80,1% e 95%; taxa de letalidade entre 2 e 3; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 entre 50% e 75%.
ALTÍSSIMO – taxa de ocupação dos leitos maior que 95%; taxa de letalidade maior que 3; percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 maior que 75%.
São analisados também indicadores como incidência de casos de Covid-19 por dia / 100 mil habitantes e internações pelos CIDs causas respiratórias. Para o município ser classificado no nível “moderado”, por exemplo, ele tem que ter todos os indicadores enquadrados nessa faixa. Quando um deles ultrapassa, o município avanço no nível de risco de transmissão.

Recomendações contra o agravamento da pandemia 

A Sesa recomenda uma série de ações para serem adotadas em caso de criticidade de cada um desses indiciadores. Quando há alta taxa de ocupação nos leitos exclusivos ao tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, as orientações são “reforçar ações de monitoramento de casos suspeitos, para acabar com cadeias de transmissão e aumentar a oferta de leitos de UTI-Covid”.

Quando se identifica alta taxa de letalidade por decorrência do novo coronavírus, as ações indicadas pela Sesa são “adaptar protocolos de tratamento, acompanhando evolução do conhecimento científico sobre melhores práticas e investir na ampliação de testagem”.

Para alta incidência são quatro as recomendações: adaptar protocolos de rastreamento de contatos e monitoramento de casos suspeitos de acordo com o nível de alerta; dimensionar equipamentos de saúde, adaptando a capacidade de resposta à possível demanda por cuidados hospitalares; adaptar ações para diminuir contatos na sociedade, como fechamento de espaços públicos, e comunicar a necessidade de evitar aglomerações e editar decretos e orientar a população a adotar comportamentos que diminuam o contágio, como o uso de máscaras e outras medidas profiláticas.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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