Foto: Camila Lima

A partir da prorrogação do período de lockdown em todo o Estado até o dia 28 de março, anunciado nesta sexta-feira (19), o Sindicato das Empresas de Condicionamento Físico do Estado do Ceará (Sindfit-CE) teme pelo fim de  mais academias que no ano passado.

De acordo com a presidente da entidade, Juliana Sá, 20% das academias de Fortaleza não voltaram a abrir depois das medidas restritivas de 2020. 

"Ainda não temos dados dessa segunda onda. Mas, da primeira onda para cá, 20% das academias não reabriram em agosto, quando foi permitido. E, neste ano, estimamos mais do que essa porcentagem", calcula.

Embora a sanção da Prefeitura de projeto que reconhece a prática de atividade física em espaços públicos e estabelecimentos privados de Fortaleza como essencial  tenha alimentado esperanças no setor de retorno às atividades, o decreto estadual ainda manteve o fechamento.

 "De ontem para hoje, já tive várias informações de academias que vão fechar, não vão aguentar sequer uma semana a mais de atividades paralisadas", diz. 

"A gente entende os dados epidemiológicos, que a situação está complicada, mas gostaríamos que entendessem também que a atividade física está junto para o combate da Covid, inclusive para reabilitação da doença, e isso não está sendo considerado", completa.

Demissões
Em termos de demissão de funcionários ligados ao setor, Juliana explica que um acordo entre os sindicatos laboral e patronal autorizou a suspensão de jornada e redução de salários no intuito de preservar os empregos. Agora, com mais dias de medidas severas, o panorama pode ficar insustentável.

Dentre as estratégias para driblar o momento, a representante afirma que, mediante diálogos com o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), já está garantido que o setor reabrirá as portas, com todas as diligências, nas primeiras fases após o lockdown. 

O cenário, portanto, é bem diferente do ano passado, quando as academias voltaram a realizar atividades presenciais apenas na quarta e última fase do decreto de funcionamento das atividades econômicas.

A presidente do Sindfit-CE também adianta que o sindicato está fazendo um levantamento de impostos e contas de energia para apresentar ao Estado e à Prefeitura na próxima terça-feira (23), quando será solicitado também algum auxílio para os profissionais de Educação Física.

Selo Academia Segura
Um segundo procedimento está relacionado à elaboração do selo "Academia Segura", feito em parceria com o Governo. A ideia é que os estabelecimentos que estiverem com a marca possam ter benefícios extras, a exemplo de aumento do tempo de funcionamento e da capacidade de pessoas no recinto.

"Já tivemos reuniões com o grupo técnico do Governo, apresentando uma readequação dos protocolos. Acredito que na próxima semana já estaremos com tudo isso montado", situa Juliana. 
As inscrições para que as academias possam obter o selo serão realizadas por uma plataforma no site da Secretaria da Saúde. A representante salienta que o selo não é obrigatório, mas é uma vantagem para os estabelecimentos que desejam mostrar aos clientes o compromisso com a segurança sanitária e, com isso, obter benefícios extras.

"Infelizmente, existe a questão de um decreto estadual sobrepor o decreto municipal. E a lei da atividade física como atividade essencial é municipal. É por isso que estamos tentando montar, junto ao Governo do Estado, esse selo, procurando incluir também as atividades físicas nas primeiras fases de reabertura econômica", dimensiona.

Fonte: Diário do Nordeste

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