A Mercedes-Benz confirmou nesta terça (23) que irá interromper a produção em suas fábricas entre os dias 26 de março e 5 de abril. Os motivos da parada são o agravamento da pandemia de Covid-19 no Brasil e a falta de componentes.

A montadora produz caminhões, chassis para ônibus e componentes nas fábricas de São Bernardo do Campo (ABC) e de Juiz de Fora (MG). A unidade de Iracemápolis (interior de São Paulo), que montava carros de passeio, foi fechada em dezembro.

"O nosso intuito, alinhado com o Sindicato dos Metalúrgicos, é contribuir com a redução de circulação de pessoas neste momento crítico no país e administrar a dificuldade de abastecimento de peças e componentes na cadeia de suprimentos, além de atender a antecipação de feriados por parte das autoridades municipais", diz o comunicado divulgado pela fabricante.

De acordo com a empresa, a rede de concessionários e as oficinas continuarão em funcionamento no país, "com exceção daquelas localizadas em estados ou cidades em que há orientação do poder público de interrupção das atividades."

Ajuste de funcionários
Funcionários do setor administrativo seguirão em home office. Ao todo, a Mercedes emprega 10 mil colaboradores no Brasil.

A partir do dia 5 de abril, a montadora vai conceder férias coletivas a grupos alternados de funcionários do setor de produção, para aumentar o distanciamento.

Segundo o SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), cada grupo, com cerca de 1.200 trabalhadores, ficará fora da fábrica por 12 dias. A entidade diz que o revezamento poderá se estender até o fim de maio, ou terminar antes, dependendo da evolução da pandemia.

Na sexta (19), o presidente do sindicato, Wagner Santana, disse que a decretação da fase vermelha assustou muito os funcionários, que têm acordos para manutenção do emprego em vigor nas principais fábricas da região (Volkswagen, Mercedes, Scania e Toyota).

Paradas de montadoras aumenta fila por veículo pesado
A parada na Mercedes vai aumentar a fila de espera por veículos pesados no Brasil, que cresce no ritmo do agronegócio. A Scania já havia confirmado a suspensão de suas atividades em São Bernardo pelo mesmo período de 10 dias.

A Volvo, que produz caminhões em Curitiba (PR), reduziu em 70% sua capacidade de produção devido à falta de componentes -principalmente semicondutores. A limitação foi implementada nesta terça (23) e vai durar, ao menos, até o fim de março.

Na sexta-feira (19), a Volks confirmou interrupção da operação fabril de quarta (24) ao dia 5 de abril, totalizando 12 dias. A empresa tem fábricas nas cidades paulistas de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, além de uma planta em São José dos Pinhais (PR).

A General Motors já havia paralisado a produção do Onix, o carro mais vendido do país, por falta de peças. A previsão era que a fábrica de Gravataí (RS), onde o modelo é produzido, retornasse em junho. A montadora, porém, só deve retomar as atividades em julho.

No início de março, a GM anunciou um plano para suspensão temporária de 600 contratos de trabalho na fábrica de São José dos Campos (interior de São Paulo), onde produz a picape S10 e o esportivo utilitário Trailblazer.

(Folhapress)

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