Kit Intubação inclui sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides. FOTO: Shutterstock

O Ministério da Saúde receberá até o fim deste mês 3,4 milhões de medicamentos do “kit intubação” vindos da China. O primeiro lote, com 2,3 milhões de fármacos usados no procedimento, chegou no último dia 15 de abril. No entanto, como as bulas, rótulos e embalagens são em mandarim, entidades têm solicitado a tradução para o português.

Isso porque, na avaliação delas, os profissionais de saúde que manuseiam os fármacos podem se confundir e colocar os pacientes com demanda de intubação em risco.Os remédios já estão sendo distribuídos aos hospitais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Os kits destinados ao Brasil incluem sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides. O montante foi doado por um grupo de empresários. Conforme a Vale, que organizou a doação, os medicamentos serão usados em 500 leitos de terapia intensiva durante um mês e meio.

O diretor de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), Luis Antonio Diego, defende a tradução dos fármacos para evitar erros de prescrição, dispensação, preparo e administração.

“Os responsáveis por manusear os medicamentos podem se confundir [com as informações em mandarim]. O efeito adverso que isso pode causar no paciente é grave. O que estamos fazendo é ajudar para que isso não ocorra”, explicou.

Pedido unificado

Além da SBA, fazem parte da força-tarefa que pede a tradução das bulas na íntegra a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), do Instituto para Práticas Seguras do Uso de Medicamentos (ISMP-Br) e da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH).

O grupo enviou ofício ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Ministério da Saúde.

Por meio de nota, o Conass confirmou ter sido informado de que os remédios usados na intubação de pacientes chegaram em idioma estrangeiro. “Foram realizadas reuniões com entidades, que, de forma complementar ao trabalho já realizado pelo Ministério da Saúde, elaboraram documentos técnicos, que foram disseminados aos estados”, detalhou o comunicado.

Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ponderou que compete ao Ministério da Saúde “atuar e fazer as discussões da instrução de uso”. Este último não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Fonte: Folhapress

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