Por Redação Gazeta do Cariri

Quando era criança, Ana Luiza Costa Bezerra viu, de perto, uma usina eólica em funcionamento, enquanto fazia uma viagem de carro. Aqueles equipamentos gigantescos montados ao longo de uma extensa região despertaram fascínio imediato. Naquele momento, a curiosidade em descobrir como se transformava o vento em energia elétrica, por meio de um complexo maquinário, foi o primeiro passo na direção da escolha da profissão, anos mais tarde. A jovem, que hoje tem 18 anos, agora se prepara para ingressar no curso de graduação em Engenharia de Energias Renováveis, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), após ter concluído o Ensino Médio na Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Dr. José Iran Costa, em Várzea Alegre, na região do Cariri.

Após o evento vivenciado na infância, outros fatores foram se somando ao longo do tempo para que a decisão fosse tomada, dando à estudante cada vez mais segurança em relação ao rumo que iria tomar na vida acadêmica e profissional. “Quando entrei no Ensino Médio, a professora de Geografia deu aula sobre fontes de energias renováveis, o que instigou mais ainda o meu interesse pelo assunto. E o próprio curso técnico que fiz na escola, de Mecânica Industrial, também contribuiu para que eu escolhesse essa formação superior, pois as matérias que estudei lá, provavelmente, serão aprofundadas na universidade”, projeta.

Ana Luiza demonstra ter gosto por cálculos, por entender os fenômenos da natureza e por saber como a mecânica funciona. “Ao fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), e ver as opções de curso no SiSU (Sistema de Seleção Unificada), acreditei que todos esses fatores não são frutos do acaso e decidi pelo curso de Engenharia de Energias. É uma área muito ampla e inovadora, que vem ganhando destaque no mercado de trabalho. Existem muitas possibilidades que poderei exercer. Acredito que no decorrer das aulas ganharei mais experiência e conhecimento para decidir em qual delas trabalharei. Espero ter feito a escolha certa, e que eu possa desempenhar minha profissão com muito amor”, considera.

Persistência
A jovem diz sempre ter sido dedicada aos estudos. Entretanto, a chegada da pandemia e do contexto desafiador que se seguiu, em diversos aspectos, fizeram com que Ana Luiza se distanciasse das atividades escolares e, consequentemente, dos seus objetivos de vida, justamente no último ano da educação básica, período decisivo de preparação para o ingresso no Ensino Superior. Foi assim, pelo menos, nos primeiros momentos.

“Tive um pouco de dificuldade em ter disciplina para estudar em casa. Mas, aos poucos, fui me adaptando e tentando fazer o máximo que conseguia, com aquilo que tinha em mãos. A minha escola, que tem ótima estrutura e conta com um núcleo gestor sempre disponível para ajudar, foi fundamental para o alcance dessa conquista. Além dos professores, que não só ensinam o conteúdo, mas preparam para a vida”, ressalta a estudante.

O pai de Ana Luiza é agricultor. Quando não está trabalhando na roça, administra uma pequena churrascaria no município. Já mãe é auxiliar de serviços gerais. A jovem, que tem uma irmã de 14 anos, será a primeira do núcleo familiar a entrar na universidade.

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