Foto: Thiago Gadelha

O Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas Secretarias ou Departamentos de Educação e de Cultura do Estado e dos municípios do Ceará (Apeoc) refuta a proposta apresentada em documento de que a vacinação em professores deve acontecer apenas em profissionais “que irão retornar para as aulas presenciais”.

O arquivo com recomendações para imunização foi protocolado neste sábado (22), com autoria do Ministério Público do Estado do Ceará, do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho e da Defensoria Pública do Estado do Ceará.

De acordo com o presidente do Sindicato Apeoc, Anizio Melo, a defesa é para que todos os profissionais da educação sejam vacinados, independentemente se estiverem em sala de aula ou não.

“O que nós queremos é fazer a transição, mas ela terá que ser realizada dentro de parâmetros, de condições sanitárias em respeito aos espaços democráticos e científicos que identifiquem os graus de prioridade. Estamos muito indignados por vermos, mais uma vez, setores do Ministério Público quererem passar por cima da sociedade civil”, situa.
ANIZIO MELO
Presidente do Sindicato Apeoc e da Fetene

Ele também sublinha que o sindicato entregará ofícios, na próxima segunda-feira (24), nas Secretarias da Saúde e da Educação, de modo a solicitar a participação do Apeoc no processo de definição dos critérios para a vacinação dos profissionais da educação do Ceará.

“Nossa primeira linha é sempre que todos os profissionais da educação sejam vacinados, estando em sala de aula ou não. A partir daí, discutiremos os pormenores, mas nossa posição é essa. É um absurdo essa tentativa do Ministério Público de tentar obrigar os profissionais da educação a estarem em sala de aula, utilizando agora uma conquista que foi nossa, de vacinação desses profissionais”, complementa Anízio, também presidente da Federação dos Trabalhadores da Educação Básica do Nordeste (Fetene). 

REUNIÃO PARA DELIMITAÇÕES
Por sua vez, a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), Sayonara Moura Cidade, sublinha que há professores com comorbidades que já estão inclusos na fase atual de vacinação. Todos os outros detalhes sobre como serão os próximos passos, de acordo com ela, deverão ser tratados em breve, durante reunião.

“Acredito que nós vamos fazer uma CIB (Comissão Intergestores Bipartite) para discutir a respeito da recomendação do Governador do Estado acerca da vacinação dos professores, de modo a vermos como poderíamos começar – se realmente apenas pelas pessoas que vão voltar às aulas presenciais”, estima.  “Enfim, tentaremos resolver também essa outra questão que é de extrema importância, sobre o retorno às aulas”.

“Para avançar nos processos, estamos precisando de vacinas. Por ora, eu não vejo nenhuma possibilidade de retomarmos o processo sem ter vacina, porque as metas que recebemos foram as metas para vacinar as pessoas com comorbidades. Estamos aguardando. Tendo vacina, não tem empecilho nenhum, as pessoas a receberão”, assegura. 
SAYONARA MOURA CIDADE
Presidente do Cosems

ESPERA POR VACINAS
Sayonara Moura Cidade explica ainda que as vacinas que o Ceará está recebendo neste momento são destinadas para as pessoas com comorbidades, o que impede a identificação sobre qual dos tipos do imunizante será aplicado nos professores.

Na última sexta-feira (21), o governador Camilo Santana anunciou, nas redes sociais, que os professores das redes pública e particular de ensino do Ceará serão vacinados a partir da próxima semana. A decisão foi tomada após reunião com Comitê de Enfrentamento à Covid-19, na tarde do mesmo dia.

“Temos mesmo que voltar às aulas num tempo rápido, já estamos com um prejuízo muito grande para as escolas. Isso é notório e é necessário fazer algo, mas também temos que concluir as etapas. Não podemos pular uma etapa quando não temos a vacina, uma vez que a vacina vem do Ministério da Saúde”, afirma Sayonara.
SAYONARA MOURA CIDADE
Presidente do Cosems

Assim, segundo ela, há que se trabalhar “urgentemente”, conforme destaca, para vacinar os trabalhadores da educação, embora os processos demandem esse instante de espera. 

“Estamos sem a produção da Astrazeneca e da Coronavac, ou seja, trabalhando apenas com a vacina produzida pela Pfizer. Tem município que não vai conseguir receber essa vacina, então é muito complicado a gente pular para essa outra fase agora. Temos que trabalhar para isso”, conclui.

Fonte: Diário do Nordeste

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