Alguns estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA), denunciam graves situações vividas para dar andamento ao curso no semestre letivo atual. Dentre os problemas relatados, são a morosidade da instituição em relação ao curso, bem como a vacância de estudantes atuantes nas unidades de Saúde no Cariri e no Estado, decorrente da suposta falta de assistência da universidade.

Segundo o acadêmico de medicina Igor Duarte, desde o início da pandemia, algumas decisões tomadas pela UFCA acarretaram consequências graves para o andamento do curso. Além da demora na definição de um calendário acadêmico para as aulas remotas, foi interposto um cronograma de aulas sem a possibilidade das atividades práticas, necessárias para o processo de ensino e autorizadas por decreto estadual e pelo Conselho de Biossegurança da instituição.

Ele relata que a retomada das aulas cumpriu a previsão de, após encerrado o semestre do Período Letivo Especial (PLE) em aulas remotas, seria feito um período especial para aulas práticas. Este período pode ser retomado em fevereiro deste ano, mas teve de ser interrompido. “Esse período foi justamente quando houve abrandamento da pandemia no estado do Ceará e as outras faculdades conseguiram realizar suas aulas práticas. Quando retornamos em Fevereiro para pagar as aulas práticas faltosas (no início da segunda onda), houve novo lockdown e nossas aulas pararam novamente”, contou.

O estudante disse que a primeira situação de descaso foi referente as 3 semanas sem respostas da instituição, devido um problema técnico referente a comunicação entre o curso e a Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), constatado por um funcionário.

Outra questão refere-se a estudantes que estão atuando em unidades hospitalares, e que ainda não receberam a vacina contra Covid-19, a exemplo de alunos de outras universidades, públicas e particulares, que já haviam sido imunizados. Segundo relata o estudante, pelo menos 30 que estão no internato, dos 100 que estão cursando medicina na UFCA, não receberam nenhuma dose.

Com isso, outro fato é que devido ao não retorno das atividades práticas, o ambulatório da Faculdade de Medicina, que funciona no campus de Barbalha, está dispor de atendimento em diversas especialidades médicas,como reumatologia, pneumologia, cardiologia, neurologia, etc.

“Para piorar, desde março estamos sem coordenador. Já imaginou um curso de graduação sem coordenador? São ma série de erros que dificultam nosso retorno às atividades. Já tentamos diversas soluções e sempre esbarramos em burocracia e omissão. Somos jogados de um lado para outro, sem ter uma transparência”, completa Igor.

Além dele, outros estudantes informaram que entraram em contato diversas vezes com a instituição, através da PROGRAD, mas relataram “burocracia e omissão” durante a busca por soluções.

Em contato com a UFCA, a instituição informou apenas que haverá uma reunião entre o colegiado do curso, a reitoria e os estudantes, agendada para esta sexta-feira (4). Conforme disseram, “as demandas que eles [estudantes] relataram já estão sendo encaminhadas”.

Já em resposta a esta declaração, o estudante Iago informou que os discentes não foram informados desta reunião específica para tratar deste assunto, e que também não foram convidados para esta. “Essa reunião fora marcada pelo Centro Acadêmico (CA), antecipadamente para tratar da vacância do cargo de coordenador, sem inclusão das demais pautas. Hoje mobilizamo-nos e descobrimos essa reunião, com acréscimo de algumas pautas por nós levantadas. Todavia, até a presente data não fomos convidados à participação”, informa.

Fonte: Site Badalo

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