Imagem feita na trilha da Pedra da Coruja, em Crato. FOTO: Felipe Azevedo

A Floresta Nacional (Flona) do Araripe, no Cariri, completou, nesta quarta-feira (2), 75 anos de criação. A área foi a primeira floresta nacional a ser instituída no Brasil. A floresta foi criada para manter as fontes de água do semiárido e barrar o avanço da desertificação no Nordeste. Além de Araripe, a unidade abrange também os municípios cearenses de Santana do Cariri, Crato, Barbalha, Missão Velha e Jardim.

A floresta fica em dois locais distintos. Um deles na Serra do Araripe, que abrange, além do Ceará, os estados de Pernambuco e Piauí; e a outra, na Serra do Apodi, entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.

Floresta fonte de pesquisa

O ponto de partida para a demarcação da floresta foi a Casa Sede, construída em 1946 às margens da CE-292, rodovia que liga o Ceará a Pernambuco. A ideia inicial era que o espaço servisse de apoio para o patrimônio verde.

O chefe do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio no Araripe, Carlos Augusto Pinheiro, destaca a evolução da Floresta Nacional ao longo dos anos e como ela foi se aperfeiçoando, deixando de ser tão somente uma casa administrativa para se tornar ponto de pesquisas e monitoramento.

“Ao longo dos anos que eles foram se estruturando, então ela passou de ser a casa do chefe, casa administrativa, para ser um ponto de pesquisa, ponto de monitoramento nosso de prevenção de combate a incêndios florestais”, afirmou.

Prevenção de incêndios

Ao longo do tempo, a floresta registrou inúmeros incêndios. Para prevenir focos e ajudar na administração de toda a área foram criadas torres de monitoramento. O instrutor de Formação de Brigada de Incêndio, Vicente Moreira, destaca a importância das torres.

“Nós temos três torres de visualização de incêndio na Floresta Nacional do Araripe. Uma delas foi construída há 40 anos e o seu material resiste bem aos intempéries. Feito de ferro zincado, uma estrutura super interessante de muita durabilidade. E ela tem um significado muito grande com relação aos incêndios florestais porque ela vai nos dar suporte para saber se ocorre um incêndio florestal e saber o local que ocorre um incêndio”, disse.

Espécies raras e Mata Atlântica

A Floresta do Araripe é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e faz parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc). De acordo com especialistas a floresta possui um dos últimos redutos de Mata Atlântica do Brasil. Além disso, abriga espécies raras da fauna e flora, a exemplo do Soldadinho-do-Araripe, ave em gravíssimo risco de extinção, que sobrevive na mata úmida no sopé da floresta.

Além de promover a proteção da floresta, o ICMBio também tem a missão de promover o turismo sustentável. Em tempos de pandemia, o contato com a natureza tem sido mais procurado. A preocupação do órgão é tentar manter o distanciamento para preservar a saúde dos visitantes.

“A gente pensa que faz parte da saúde mental e física poder estar desfrutando de um espaço desses. Mas isso tem que ser feito com todos os critérios, todos os cuidados. Não é porque estamos em espaços abertos que podemos abrir mão das máscaras, porque aqui tem outras pessoas visitando o espaço. Nós temos que ter cuidado com a fauna, não sabemos os efeitos desse vírus com a fauna local”, diz Flávia Domingos, analista ambiental.

Fonte: G1 CE

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