Agropecuária e indústria registram crescimento no primeiro trimestre de 2021 e puxam saldo positivo do PIB, revela IBGE. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do primeiro trimestre de 2021 cresceu 1% em relação a igual período do ano passado. Considerado a soma de todos os bens e serviços produzidos no País entre os meses de janeiro e março, também houve alta ante último trimestre de 2020, estimada em 1,2%, na série com ajuste sazonal. Com o aumento, o PIB do País voltou ao patamar que estava antes da pandemia de Covid-19, que impôs uma queda vertiginosa ao índice e instabilizou a economia.

Contudo, mesmo com o saldo positivo no começo deste ano, os índices apontam que a recuperação econômica do País enfrenta desaceleração. No comparativo do PIB do último ano, o saldo negativo acumulado é de 3,8%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta terça-feira, 1º.

Com relação ao total de riqueza produzido, o IBGE estima que o Brasil gerou R$ 2,048 trilhões nos três primeiros meses do ano. Deste total, R$ 294,7 bilhões são referentes a impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

As atividades agrícolas e da pecuária foram os principais responsáveis pelo crescimento, ainda que discreto, do PIB. Nas grandes áreas econômicas, o maior saldo positivo foi registrado na agropecuária, com aumento de 5,7%, seguida pela indústria, com 0,7% e pelo setor de serviços (0,4%), na série com ajuste sazonal.

A indústria extrativista cresceu 3,6%, enquanto a construção civil somou 2,1%, tendo em contrapartida queda de 0,5% na indústria da transformação. Já no setor de serviços, as atividades de transporte, armazenagem e correio registraram saldo positivo de 3,6%, seguidas pela intermediação financeira e seguros com 1,7%, informação e comunicação (1,4%) e comércio (1,2%).

Em contraponto, as atividades relacionadas à administração, saúde e educação pública apresentaram recuo de -0,6%. Com relação a atividades econômicas externas, as exportações de bens e serviços tiveram crescimento de 3,7%, enquanto as importações aumentaram 11,6% ante o quarto trimestre de 2020.

Mesmo com avanço positivo dos setores, a inflação e o aumento do desemprego fazem com que as rendas familiares dos brasileiros fiquem à margem de tal desempenho. No comparativo dos meses de janeiro a março de 2021 com igual período de 2020, a queda no consumo acumulou recuo de 1,7%.

De acordo com o IBGE, a redução é explicada pelo “aumento da inflação e reflexos da pandemia que afetaram negativamente o mercado de trabalho, reduzindo o número de ocupações e a massa salarial real”.

Aqueles que possuíam reversas financeiras, diante da instabilidade econômica instalada no Brasil pelo contexto sanitário e político da Covid-19, optaram por investir os rendimentos ou guardá-los em poupanças.

De acordo com levantamento do IBGE, a taxa de investimento nos três primeiros meses de 2021 foi de 19,4%, frente aos 15,9% registrados em igual período no ano passado. A aplicação de recursos na poupança pelos brasileiros também aumentou, com crescimento de pouco mais de sete pontos percentuais, o índice saiu de 13,4% no primeiro trimestre de 2020 para 20,6% neste ano.

Fonte: O Povo

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